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Ferrovia: PCP acusa Governo de “abandono” do interior

Francisco Alvarenga, texto | Gonçalo Figueiredo, fotografia

O PCP acusa o Governo de “abandono” do interior e quer saber se existirá, ou não, transporte de passageiros na nova linha de comboio entre Évora e a Extremadura espanhola.

Numa pergunta dirigida ao Ministério das Infraestruturas, o grupo parlamentar do PCP recorda as declarações recentes do primeiro-ministro, segundo o qual “está demonstrada” a “viabilidade técnica e económica” da construção de um terminal de mercadorias entre Alandroal e Vila Viçosa, mas diz que isso é insuficiente.

“Estas declarações, aparentemente positivas, expressam na prática a visão distante que tem levado ao abandono do interior, pois não é apenas o terminal de mercadorias do Alandroal, necessário ver concretizado, que traduz por si só o aproveitamento deste investimento na região, são necessários outros investimentos, nomeadamente, o terminal de Évora e de Vendas Novas”, considera o PCP, que quer saber, por um lado, se o Governo “tem algum plano para o desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros de âmbito regional de forma a proporcionar e promover o transporte ferroviário na mobilidade das populações e considerando medidas de reativação, recuperação e ampliação da rede ferroviária existente” e, por outro, se esta solução tem “prevista a possibilidade de contemplar também o transporte de passageiros”.

“Desde há muito”, refere o documento, que o distrito de Évora “reclama o aumento e a diversificação da produção nacional e a assume como um desígnio e uma condição para o desenvolvimento diversificado”. Ora, acrescenta, “a contribuição de uma rede de transportes, ferroviários e rodoviários é um fator importante, desde que estes sejam planificados para servir os interesses do país e das regiões”, não bastando “fazer grandes eixos ferroviários e rodoviários sem que exista uma visão estratégica para o território de forma que os próprios sirvam os interesses do desenvolvimento”.

Segundo o PCP, a Linha Ferroviária do Corredor Internacional Sul que ligará Sines ao Caia, constitui-se “como um importante investimento, mas que necessita de ter em conta os interesses da região”, sendo que a nova ligação Évora-Elvas “deve ser olhada como uma importante linha ferroviária para o interior do país, com a mesma relevância que lhe é dada como troço de uma linha internacional de mercadorias e de passageiros. E é sabido que por onde passam comboios internacionais também passam outros comboios”.

Nesse sentido, acrescenta, diversas entidades, tecido empresarial e população têm reivindicado, ao longo dos anos, que a região possa sentir os impactos deste investimento, nomeadamente, com terminais que permitam transporte de mercadorias e de passageiros no Alandroal, Évora e Vendas Novas.

O PCP lembra que em 2018 o Parlamento aprovou, por unanimidade, dois projetos de resolução, propondo medidas para o pleno aproveitamento do investimento na construção da ligação ferroviária Sines-Elvas (Caia) no âmbito do transporte de mercadorias, e para o pleno aproveitamento do investimento na construção da ligação ferroviária Sines-Elvas (Caia) e no âmbito do transporte de passageiros.

Passados cinco anos, “nada foi feito para dar cumprimento a essas resoluções”, refere a pergunta entregue no Parlamento, sendo que o PCP que ainda saber se o Governo “tem intenção de executar as soluções técnicas adequadas à possibilidade de carga e descarga de mercadorias em Vendas Novas e Évora tendo em consideração as exigências específicas dos sectores produtivos já instalados e a potenciar”.

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