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Do caos se fez luz. O esplendor da nova produção de “a Bruxa”

Nova peça estreia a 15 de fevereiro, para assinalar o centenário de Eduardo Lourenço. Aí vem “O Esplendor do Caos”.

Escrevia Eduardo Lourenço em “O Esplendor do Caos” (1999) que podemos “discutir se a desordem em que estamos mergulhados – desde a económica até à da legalidade e da ética – releva ou não, em sentido próprio, do conceito de caos”. No entanto, acrescentava, “do que não há dúvidas é de que o habitamos como se fosse o próprio esplendor”.

O livro fez o seu percurso. Chega agora ao teatro, pela mão de “a Bruxa Teatro” e da ASTA – Associação de Teatro e Outras Artes. A estreia será dia 15 de fevereiro, pelas 21h30. E o espetáculo não surge, agora, por acaso: afinal, assinala-se o centenário do nascimento de Eduardo Lourenço. A dramaturgia e direção é de Março Ferreira. A peça ficará em cena, nos ex-Celeiros da EPAC, até 24 de fevereiro, viajando depois para o Teatro Municipal da Covilhã.

Diz-nos a sinopse que a ação se passa num tempo – o nosso? – em que a Humanidade vive “mergulhada no cais”, ou seja, em que o mundo “chegou a um ponto onde o horror se tornou invisível”. Dito de outra forma, “incorporamos o inferno no quotidiano do que poderá vir a ser o mais atroz de todos os séculos, sem pânico, porque o hedonismo permanente em que vivemos, embora seja puramente decorativo e fantasmagórico, acaba por ocultar o caos”.

Ao longo dos tempos, lembra a sinopse, “a ordem tem transformado o caos em cosmos, permitindo os vários ciclos da vida universal”. A começar pelo início de tudo. “Como começou a história? Como se transformou o caos em cosmos?”, interrogou recentemente o Papa Francisco, lembrando as referências bíblicas nas quais se narra “como Deus um dia do caos fez a luz, noutro dia faz o Homem e continua a criar coisas e a transformar o caos em cosmos”. 

“Na nossa vida”, acrescenta Francisco, “sucede o mesmo: há momentos de crise que são caóticos, deixas de saber em que ponto estás. Todos atravessamos estes momentos escuros”. De caos, se quisermos. Já a sinopse da peça, afinal frases do livro de Eduardo Lourenço, vai ao encontro da ideia segundo a qual “do nada se faz nova luz”, ainda que não deixe de interrogar, sobrem afinal, o que é o nada, para avançar uma resposta: “É só a não-luz de uma luz que não teve começo nem fim ou aquilo onde tão festivamente estamos”. 

A interpretação é de Carmo Teixeira, Danilsa Gonçalves e Elsa Pinho. Assistência de dramaturgia e de direcção a cargo de Bárbara Soares. Desenho de luz de Pedro Fonseca.

A ‘a Bruxa Teatro’ é uma companhia de teatro profissional que se encontra no coração da cidade de Évora, onde está sediada desde a sua criação no ano de 2002. O seu trabalho de criação assenta essencialmente em textos da dramaturgia contemporânea, contando na sua biografia, com 49 produções próprias, a realização do Évora Teatro Fest e mais de centena e meia de acolhimentos de outras estruturas e artistas individuais.

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