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Diocese de Beja: Todos os casos de abuso estão resolvidos

Francisco Alvarenga, texto

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra Crianças identificou nove casos na Diocese de Beja. Todos eles já estão resolvidos, seja por morte dos alegados agressores, seja por já terem sido expulsos da igreja.

Em comunicado enviado à SW Portugal, a Diocese de Beja confirma que a comissão, no âmbito do trabalho de pesquisa efetuado sobre os abusos de menores e adultos vulneráveis ocorridos nos últimos 70 anos, deu a conhecer ao Bispo de Beja a lista de nomes sinalizados nesta diocese. Dela consta o nome de quatro sacerdotes e de um leigo, todos eles falecidos.

Segundo a mesma fonte, o caso mais antigo remonta a 1963 e reporta-se a um sacerdote que viveu na cidade de Beja e que, na sequência do ocorrido, deixou a diocese. Ainda nessa década, entre 67 e 68, foi registado um outro caso relacionado com um sacerdote que tinha responsabilidades na educação de crianças. Quanto ao terceiro nome, “uma situação bastante vaga”, diz respeito a um leigo que exercia funções de sacristão na cidade de Moura.

Nos restantes dois casos, um em 1978, e que a Diocese descreve igualmente como sendo “uma situação algo vaga”, está relacionado com um sacerdote de Serpa, e o último, registado na década de 80, “diz respeito a uma situação ocorrido em Mértola” envolvendo um sacerdote que ali se encontrava, “mas não era o pároco da vila”.

Ainda de acordo com a mesma fonte, “nenhuma destas situações consta dos arquivos da Diocese ou foi de alguma forma denunciada junto da mesma”, sendo que, através do relatório enviado “não foi possível apurar os factos e contornos das denuncias.” Acresce que “os agora denunciados, já faleceram”, pelo que Dom João Marcos sublinha ser “de todo impossível e ineficaz fazer quaisquer diligências de investigação”, embora manifeste o “compromisso, zelo e empenho em prestar o apoio necessário a qualquer vítima que pudermos identificar”.

A esta primeira lista de cinco nomes, somam-se outros quatro casos mais recentes, ocorridos entre 2001 e 2020 e que constam dos arquivos da Diocese de Beja. Todos eles, garante o Bispo de Beja, “mereceram o devido e obrigatório encaminhamento, tanto civil como canónico, com um decurso normal e necessário quanto às diligências de investigação e probatórias”. Apenas um caso aguarda desfecho judicial.

Em 2001, quando foi “tornado público e bastante comentado nos jornais da época” o envolvimento de um sacerdote com uma jovem de 17 anos, o processo seguiu para o Vaticano e a decisão foi “demitir” o pároco. Dois outros casos terminaram em absolvição dos suspeitos, um através de sentença transitada em julgado, outro “arquivado por falta de provas” pela Polícia Judiciária.

Em aberto continua o caso de “um leigo em formação para o sacerdócio” denunciado há três anos por assédio sexual. “Foi expulso do seminário e o assunto foi entregue às autoridades civis e julgado no Tribunal da Comarca de Beja, aguardando-se a sentença”.

Para Dom João Marcos, “resulta assim evidente que não existe qualquer denuncia, tenha ela sido comunicada ou esteja em arquivo na Diocese de Beja, que não tenha merecido o devido seguimento, nem tampouco existe qualquer caso atual que aguarde ação da Diocese de Beja”.

O bispo expressa ainda o “compromisso sério em colaborar com as autoridades civis e eclesiásticas, na transparência e rigor” garantindo tratar com “imparcialidade e firmeza eventuais situações de abuso, sexuais ou quaisquer outros”.

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