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Livros: Uma escrita que “cultiva o humanismo e a empatia”

“Nada mais havendo a acrescentar… Livro 5”, de Vítor Encarnação, será lançado no próximo dia 24 de junho, pelas 17h30, no espaço da Associação de Escritores do Alentejo (Assesta) na Feira do Livro de Beja (Terreiro dos Valentes). São textos que “cultivam o humanismo e a empatia”, segundo escreve no prefácio a diretora da Biblioteca de Beja, Paula Santos.

Editado pela Mundobtuso, o livro reúne um conjunto de 104 crónicas publicadas semanalmente por Vítor Encarnação no jornal Diário do Alentejo. “A reunião de todas elas mais não faz do que as juntar, porque elas fazem parte do mesmo tronco. O jornal separa-os no tempo e no espaço, no livro elas agarram-se umas às outras”, comenta o autor.

A sessão de lançamento será seguida de uma conversa de Vítor Encarnação com o ilustrador Joaquim Rosa e com Luís Miguel Ricardo, presidente da Assesta. O prefácio é da autoria de Paula Santos, diretora da Biblioteca Municipal de Beja – José Saramago.

“Cada crónica é sobre a parte de dentro das pessoas e guarda, para memória futura, a minha visão do tempo em que vivo. Tratam de assuntos que mais não são do que a eterna e frágil condição humana, pessoas  à procura de um nexo relativamente à vida e a todos os seus reversos”, conta Vítor Encarnação, dizendo pretender que cada um destes textos “faça sentido e tenha uma identidade independentemente do tempo em que se vive, sobrevivendo à espuma dos dias”.

“Em cada crónica”, explica o autor, “há uma tentativa de elevar as coisas comuns e banais a uma dimensão um pouco mais estética”.

Ao longo dos anos, Vítor Encarnação foi criando personagens como o filho e o pai, o neto, o homem que fala sozinho na esplanada, os namorados, a mulher e o marido, a mulher solitária, o homem solitário, mas também o tempo, a morte, a cisma, a esperança, o Alentejo. “Através delas posso dizer coisas que em nome próprio eu não diria, posso até fazer de conta que não tenho nada a ver com aquilo”, refere.

Segundo relata, a escrita “é uma forma de poder regressar ao passado e antecipar o futuro, no fundo poder ir a sítios onde o tempo e o corpo, os dois maiores limitadores da nossa vida, não nos deixam ir, pois o tempo e o corpo só nos deixam viver no presente”.

“HÁ ALTURAS EM QUE A REALIDADE NÃO CHEGA” 

Ora, sublinha o autor, dando vazão ao peso do pensamento, a escrita permite-lhe “ir resolvendo a complexidade da existência”. Dito de outro modo: “Há alturas da vida em que a minha realidade não chega e crio alternativas e há outras alturas em que a minha realidade é tão intensa que apenas tenho de a aproveitar e escrever sobre ela”.

No prefácio a “Nada mais havendo a acrescentar… Livro 5”, Paula Santos refere que a escrita de Vítor Encarnação “é única na forma como cultiva o humanismo e a empatia, tão necessários num mundo que irrefreavelmente promove o individualismo isolacionista, em que cada pessoa é cada vez mais uma ilha, de preferência deserta”.

“O seu olhar sobre a realidade exterior e interior embala-nos numa narrativa em que a realidade, de facto, supera a ficção. As histórias contadas na primeira pessoa são ao mesmo tempo simples e cheias de camadas de complexidade, para quem quiser ler nas entrelinhas”, acrescenta a diretora da Biblioteca Municipal de Beja – José Saramago, para quem o “fascínio” da escrita de Vítor Encarnação “está na forma como nos faz olhar para o que nos conta, como se tivesse saído de entre os fios da nossa memória afetiva, como se por magia lhe tivéssemos pedido que desse voz às nossas vivências e pensamentos mais especiais”.

“Nada mais havendo a acrescentar… Livro 5” tem um preço de capa de 13,50 euros e pode ser encomendado através do email: geral@mundobtuso.pt. A edição conta com o apoio do Município de Ourique, da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, da Junta de Freguesia de Ourique e da ORIK – Associação de Defesa do Património de Ourique.

MAIS DE 20 TÍTULOS PUBLICADOS

Vítor Encarnação nasceu em 1965 na Aldeia de Palheiros. Viveu em Ourique, Castro Verde, Feijó, Amadora, Laranjeiro e Alemanha, mas concluiu que não podia viver noutro sítio que não fosse o Alentejo. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, vive e trabalha em Ourique onde é professor de Inglês e Alemão no Agrupamento de Escolas. Autor de mais de 20 títulos, incluindo crónica, poesia e literatura infantil, é dirigente da Associação de Escritores do Alentejo (Assesta).

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