O anúncio foi feito por António Costa na Academia Socialista a decorrer em Évora: o Governo irá devolver as propinas pagas pelos alunos do ensino superior e isentar os jovens trabalhadores do pagamento de IRS.
Num discurso de uma hora no Évora Hotel, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro explicou o conteúdo das propostas. Por um lado, o Governo irá devolver um ano de propinas pagas numa universidade publica (697 euros no caso das licenciaturas e 1500 no dos mestrados) por cada ano em que um destes jovens licenciados trabalhe em Portugal.
Já em matéria de impostos, revelou António Costa, “no primeiro ano de trabalho, no primeiro ano em que as pessoas declaram o seu rendimento, o IRS será zero e haverá total isenção de IRS para que todos possam começar o início da sua vida”. No segundo ano de trabalho, os jovens pagarão apenas 25% de IRS, no terceiro e quarto anos pagarão metade e, no quinto, 75% do total de imposto cobrado.
O secretário-geral do PS anunciou mais quatro medidas dirigidas aos jovens: passes gratuitos até aos 23 anos, a entrega de um “cheque-livro”, bilhetes de comboio e dormidas nas pousadas de juventude uma vez completada a escolaridade obrigatória e a contratação de mil técnicos superiores para as carreiras gerais da administração pública, com salários de 1330 euros mensais.
Já em matéria de habitação, confirmou que o programa “Mais Habitação”, vetado pelo Presidente da República, voltará a ser votado no Parlamento no próximo dia 21 de setembro.
“Sabemos bem que quem enfrenta interesses leva pancada de todos, e se procurar ser ponderado, equilibrado, ter bom senso, leva mesmo pancada daqueles que acham que fomos bons demais e daqueles que acham que não fomos demasiado bons”, sublinhou António Costa, garantindo que as medidas que constam do programa “não são contra ninguém”, mas “a favor das novas gerações” que vivem “situações dramáticas” no acesso à habitação.
“É com otimistas irritantes que o país foi sempre para a frente”, disparou o líder socialista, garantindo estar “focado” na execução do programa de Governo. “Há uma noção que as pessoas têm e todos temos que ter: é que o contrato que os políticos celebram com os cidadãos nas eleições é mesmo um contrato que se têm que empenhar em cumprir, mesmo que seja mais difícil, mesmo que haja imprevistos, mesmo que haja sobressaltos”, referiu.
Dirigida a 80 jovens entre os 18 e 30 anos, a Academia Socialista decorre em Évora até ao próximo fim de semana. Além do primeiro-ministro e do presidente do PS, Carlos César, conta com a presença de diversos ministros (como os da Saúde, Habitação ou Cultura), o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o vice-presidente da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu, Maros Sefcovic.
