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Contagem decrescente para a “melhor FIAPE de sempre”

Feira bate recorde de expositores, sobretudo na pecuária e no artesanato. Produtos ‘made in’ Estremoz concentrados num único pavilhão. Entrada será gratuita, exceto nos concertos, onde se pagará um preço simbólico (entre três e cinco euros).

Ana Luísa Delgado texto

Há muitas feiras dentro da Feira Internacional de Agropecuária de Estremoz (FIAP). E cada visitante vive-a à sua maneira. Se a ideia, por exemplo, for cultura e diversão, deixando por momentos a pandemia (que resiste) e a malfadada guerra (que persiste), então as propostas são de “peso” (ver caixa). Sendo a FIAPE uma das principais feiras agrícolas do país, não faltarão apresentações e concursos de gado, entre os quais o XXXIV Concurso Nacional de Ovinos Raça Ile-de-France ou o XXIX Concurso Nacional de Jovens Reprodutores de Raça Limousine, para falarmos apenas nos de maior tradição.  

Ao todo, apurou o Brados do Alentejo, estarão presentes 160 criadores de gado e representadas 30 associações do setor. O número de animais em exposição será este ano o maior de sempre: cerca de mil. “São dados provisórios”, adverte Ana Cid, da Associação de Criadores de Gado de Estremoz (ACORE), satisfeita com a “muita procura” da feira: “Mesmo tendo vindo a aumentar o espaço é complicado instalar todos os produtores e todas as associações que quiseram vir. Cada vez há mais criadores de raças puras que querem mostrar os seus animais. Se as pessoas estão a criar uma raça querem depois vender esses reprodutores e a melhor forma de o fazerem é trazer os animais à feira”.

Ainda para mais num tempo de subida de custos e de preços, tendência inflacionista originada pela invasão da Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo. “Os leilões são uma forma de vermos o valor dos animais… o preço dos bezerros e dos borregos tem estado a aumentar. Os custos de produção e das matérias-primas também aumentam, mas vamos tentar valorizar o máximo possível os nossos produtos, mostrar a qualidade deles, de forma a que tenham um valor acrescido”, diz a responsável da ACORE.

Na componente agrícola destaque ainda para a apresentação das raças Wagyu (já produzida no Alentejo) e Aberdeen Angus, no caso dos bovinos, ou para as cabras Serpentinas, uma raça autóctone do Alentejo. Claro que haverá muitos outros concursos, uma mostra de tosquia de ovelhas “à antiga”, desfile de cães de pastoreio, passeios de cavalo e diversas atividades de zooterapia.

Segundo Ana Cid, uma das explicações para esta maior procura reside igualmente no facto da FIAPE, este ano, não coincidir com a Ovibeja. “É bom para todos, para eles e para nós. A sobreposição das duas feiras acontecia há muito tempo e não tinha qualquer lógica”, garante.

Ao nível dos criadores de gado, Ana Cid lembra que a FIAPE é palco de diversos concursos nacionais, em que estão representados “os melhores animais de uma determinada raça” para serem avaliados por um júri oriundo de vários países europeus. “Vamos ter animais de grande valor”, acrescenta ainda a responsável da ACORE, sublinhando a “preocupação” da associação em mostrar aos mais novos o que é a pecuária: “Teremos duas manhãs dedicadas a eles, em que as crianças vêm visitar a feira e fazer algumas atividades pedagógicas”. 

UM PAVILHÃO PARA MOSTRAR ESTREMOZ

Uma das ruas da feira, revela por sua vez Elsa Severo, responsável pela organização da FIAPE na Câmara de Estremoz, será dedicada ao Património Imaterial da Humanidade. “Convidámos todos os municípios que a nível nacional têm património e todos aqueles que se estão a candidatar à Unesco para estarem presentes na nossa feira. Campo Maior, por exemplo, vai decorar essa rua com flores de papel”. Em destaque estarão, claro, os bonecos de Estremoz que terão um ‘stand’ próprio, a que se juntará um outro dedicado à olaria.

Elsa Severo assinala um “aumento exponencial” do número de artesãos presente na feira: na última edição foram cerca de 90; nesta serão mais de 150 provenientes de vários pontos do país.  Outra novidade: o tradicional ‘stand’ de Estremoz cresceu e, este ano, irá ocupar todo um pavilhão. Explicando melhor: “o pavilhão b terá o ‘stand’ de Estremoz ao centro e, à sua volta, tudo o que tem a ver com os nossos vinhos, queijos ou enchidos… todos os produtos endógenos, com a nossa identidade, estarão ali concentrados para que os visitantes sintam aquilo que representa Estremoz”.

A ideia é também ajudar as empresas a recuperar dos prejuízos provocados pela pandemia de covid-19. “Fizemos um desconto de 50% no preço da inscrição a todas as empresas que têm sede no concelho para que pudessem estar presentes e todos os artesãos que pertencem ao concelho de Estremoz ficaram isentos de inscrição”, conta Elsa Severo, segundo a qual a FIAPE deste ano terá “uma dimensão ainda maior” do que o normal.

“Vamos ter mais expositores no recinto. Aumentámos o espaço expositivo da pecuária. Sinto que tem tudo para ser uma grande feira. Será a melhor FIAPE de sempre”, garante o presidente da Câmara de Estremoz, José Daniel Sádio, lembrando a dificuldade de organizar um certame em que durante meses pairou a incerteza sobre a sua realização, devido à pandemia. “Optámos por criar uma segunda zona, que é a do mercado de levante, para os espetáculos e assim resolvermos vários problemas. Para já, da segurança. O espaço do mercado de levante é seis vezes maior do que o espaço que tínhamos de concertos”. 

“Além disso”, acrescenta, “esta decisão também permitiu que criássemos incentivos extra para que as pessoas visitem a feira. O espaço de exposição e de concertos era o mesmo, o que implicava o pagamento de uma entrada. Nesta FIAPE só são custeadas as zonas dos concertos. A exposição, seja ela qual for, será de livre acesso”.

(caixa)

LONGAS NOITES TEM ESTREMOZ

Cartaz musical “de peso” na edição deste ano da FIAPE. Logo a abrir, dia 27, os The Lucky Duckies propõem um reencontro com o rock, blues, bossa nova e os clássicos da música portuguesa da primeira metade do século XX. Depois, dia 28, serão os Calema a subir ao palco. Sexta-feira, dia 29, António Zambujo trará até Estremoz muitos dos temas que o tornaram um dos maiores “embaixadores” da música portuguesa contemporânea. E sábado será a vez de Diogo Piçarra animar a noite da FIAPE.  Antes dos cabeças de cartaz haverá diversas propostas: Los Romeros (dia 28), André Amaro (dia 29) e, sobretudo, Em Casa d’Amália (dia 30), o programa de televisão semanalmente apresentado pelo estremocense José Gonçalez que, neste dia, se muda para a FIAPE. As madrugadas de fim de semana serão dos ‘dj’s’ Pedro Casanova e Karetos. Já a tarde de domingo, dia 1, será inteiramente dedicada às sonoridades alentejanas.

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