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Clube de Futebol de Estremoz ambiciona “os melhores lugares”

Margarida Maneta texto | Gonçalo Figueiredo foto

Hóquei em patins, patinagem artística, futebol, futsal, natação, a que soma hidroginástica, hidroterapia, dança e ginástica… as modalidades no Clube de Futebol de Estremoz são muitas. Algumas com mais sucesso que outras, mas, para a presidente Ana Semião, não passa do processo “normal” das atividades da instituição.

Se os jovens, no futebol, ocupam o pódio, no futsal, os seniores, estão abaixo do meio da tabela. No hóquei, os masters têm sido protagonistas de “grandes alegrias”. Já na natação, tentam salvar-se as conquistas, com parte da época a treinar nas piscinas vizinhas para alcançar os títulos. 

Em conversa com o Brados do Alentejo, Ana Semião, sócia desde os 17 anos de idade, por mão do seu pai que lhe conhecia o fascínio pelo hóquei em patins, confessa que naquela altura estava muito longe de imaginar que, volvidos mais de 50 anos, viria a presidir o Clube de Futebol de Estremoz. A faltar um ano para concluir o seu primeiro mandato, anseia alcançar a substituição do relvado. E, claro, atingir os “melhores” resultados possíveis.

Como é que chegou até aqui?

Há 52 anos o meu pai tornou-me sócia, dada a minha paixão pelo hóquei em patins, e fiquei ligada ao clube desde então. Há uns anos convidaram-me para ser vice-presidente. O antigo presidente quis sair e, como sempre, as pessoas falam mal de quem desempenha estes cargos, mas depois ninguém avança. Avancei eu, não podíamos deixar o clube. 

Quando o seu pai a inscreveu, estava longe de imaginar que chegaria a presidente?

Nunca pensei. Tudo começou quando tinha 17 anos.

O Estremoz tem várias modalidades, mas foi com o hóquei em patins que…

O hóquei já é uma modalidade antiga. Como já lhe disse, até comecei por ser sócia do clube por causa do hóquei. Assim como o futebol. São modalidades que existem desde que me entendo… quando as piscinas foram construídas, pensou-se em abrir a modalidade de natação. E esta é uma modalidade em que temos sempre muito bons resultados. Já na dança, fomos contactadas pela atual diretora do departamento da dança para tentarmos integrar esta modalidade no clube e abrimos uma secção. Além da dança, temos também a ginástica. 

E está prevista a abertura de outras modalidades? 

Estamos abertos e acessíveis para isso, mas não temos previsão de abertura de nenhuma outra modalidade agora. O nosso espaço de atuação, tirando a dança e a ginástica, depende da boa vontade do município. Tanto o campo de futebol, como o pavilhão do hóquei e o espaço da natação são instalações que usamos, mas que pertencem ao município. 

Que balanço é que faz dos desenvolvimentos destas modalidades este ano?

No que diz respeito à natação, temos ido a competições, mas foi complicado. Andámos a treinar em Vila Viçosa e em Borba porque as piscinas abriram há pouco tempo. Na patinagem artística já temos cerca de dez atletas a aprender. A nível do futebol, temos os juniores muito bem classificados. Podem vir a ficar em primeiro este ano, estamos a disputar o lugar com o Calipolense. Já no hóquei em patins, temos os masters que nos têm dado grandes alegrias. É o que se consegue. Pensamento positivo é que é muito importante. 

Portanto, há uns escalões e modalidades que estão melhores que outros, mas que balanço faz?

Isto é tudo normal. Importa lembrar que estamos há dois anos em pandemia e que esta teve muita influência na prática desportiva. Temos uma belíssima nadadora no clube que já recebeu várias medalhas. Com a pandemia parou e agora diz que já não consegue alcançar os mesmos resultados. É o último ano que está em Estremoz porque depois vai para a universidade. Já não está a competir pois a pandemia deu cabo de atividades que implicam muito treino. Da parte da natação, em dois anos, tivemos as piscinas apenas três meses livres. E mesmo quando utilizámos as de Vila Viçosa e Borba, os miúdos pararam muito tempo e, por isso, torna-se complicado dizer se vamos ter boas épocas ou não. 

Também pelos fatores externos, como foi o caso da pandemia?

Sim, estamos dependentes de muita coisa. Há clubes grandes que foram treinando, que têm outras possibilidades, mas aqui não o podíamos fazer. O município tinha as suas regras, com as quais eu concordo, e as atividades pararam. Basta vermos por nós, as nossas vidas pararam, o desporto também.

A que objetivos é que se propuseram?

Atingir os melhores lugares. É sempre o nosso grande objetivo. 

E para o seu mandato? Que objetivos tem?

Queria conseguir que o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) nos aprovasse a candidatura para substituição do relvado lá na Esplanada Parque que está em péssimas condições. Esse era um dos meus grandes objetivos porque substituindo o relvado por outro piso, na sede do clube, teríamos possibilidades de ter algum rendimento com alugueres e cedências. Este mandato acaba para o ano, não sei se me recandidatarei, mas mesmo assim, com o clube quase a fazer 100 anos, gostava muito que o conseguíssemos.

Ia perguntar-lhe se pensa em recandidatar-se…

Ainda não posso dizer nada. Se calhar terá de ser porque ninguém aparece. As pessoas na rua falam, mas ninguém se chega à frente. 

A Ana Semião, enquanto mulher e enquanto presidente tem tido desafios?

Fui a primeira presidente aqui no Estremoz… aceitam-me bem, os que aceitam. E os que não aceitarem… 

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