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“Chega a haver 70 doentes em espera nas urgências de Évora”

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), diz que “há cerca de 45 a 45 doentes” na urgência do Hospital de Évora, aquando da mudança de turnos das equipas, número que “muitas vezes chega aos 70 doentes”. 

Classificando a situação como “grave”, Jorge Roque da Cunha critica a “ausência de solução e de resposta” por parte do conselho de administração do Hospital: “Essa situação é recorrente e, quando isso acontece, tem de haver uma atitude, que é evitar que o INEM, pelo menos, transfira os doentes para aqui”. O que, segundo garante, não tem sido feito.

O dirigente sindical refere que, neste momento, “não há macas disponíveis” no Hospital, pelo que as equipas médicas “têm muitas vezes de contar com macas dos bombeiros”.

Falando aos jornalistas após uma reunião com médicos desta unidade de saúde, para “avaliar os problemas existentes”, o presidente do SIM diz que os médicos “estão a ser sujeitos a um excesso de trabalho”, chegando a trabalhar “400 horas por ano a mais do que as 40 que fazem todas as semanas”.

A situação, refere, “ultrapassou os limites”, sobretudo no serviço de urgências: “Se já vínhamos preocupados com aquilo que nos vão fazendo chegar sobre a situação que se vive no Hospital de Évora, saímos daqui com o reforço dessa preocupação”.

Em causa, sublinha Jorge Roque da Cunha, está a “falta de investimento” no Serviço Nacional de Saúde, em particular nesta região, sendo que as equipas de medicina interna, “além de debilitadas em termos de número, têm de arcar com uma carga de trabalho que é inimaginável”.

Numa resposta recente a uma pergunta da deputada do PSD eleita por Évora, Sónia Ramos, ainda antes da nomeação do atual conselho de administração do Hospital de Évora, o Ministério da Saúde garantiu que nesta unidade de saúde “não se regista nenhuma diminuição de profissionais nos últimos sete anos”, sendo, pelo contrário, “notável” esse aumento. E dá exemplos: enquanto que a 31 de dezembro de 2015 existiam 179 médicos especialistas, em finais de 2022 esse número era de 215 (uma subida de 20,1%). Já no caso dos médicos em formação, o aumento foi de 99 para 111 (12,1%).

“No que se refere às urgências”, acrescentou o Ministério, “o Hospital tem garantido resposta a todos os utentes que o procuram, não transferindo doentes para outros hospitais”, pelo que “nunca esteve em causa o acesso aos cuidados de saúde”.

Ainda de acordo com o Ministério, “as equipas de profissionais do Hospital de Évora têm garantido todas as áreas de atuação, nomeadamente, nas consultas, no internamento, no bloco operatório, nos meios complementares de diagnóstico e terapêutica e nas urgências (geral, pediátrica e obstétrica), cumprindo a sua missão”.

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