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Carlos Sapateiro: “Ambicionamos a subida de divisão”

Margarida Maneta texto | Gonçalo Figueiredo foto

Se alguns o conhecem por ser militar da GNR, na Brigada de Trânsito, onde trabalha há 24 anos, muitos mais lhe sabem o amor à camisola pelo Sporting Clube Arcoense, a que pertence desde os 11 anos. Começou no primeiro escalão de formação, foi capitão de equipa, diretor e vice-presidente, até chegar à liderança. Carlos Sapateiro já soma três mandatos na presidência do clube da freguesia de Arcos. Vitória atrás de vitória, segurando o primeiro lugar da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Évora, o Arcoense pode mesmo vir a sagrar-se campeão. 

Ainda que na 11.ª jornada da Liga da Associação de Futebol de Évora tenha saído derrotado por quatro bolas a duas, frente ao Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Cortiçadas de Lavre, o Arcoense deu a volta ao marcador, logo na jornada seguinte, e também ao Bencatelense, ultrapassando-o e assegurando agora uma posição no topo da tabela. Mas ambiciona mais: o segundo clube mais representativo do concelho de Estremoz já sonha com a subida de divisão.

O Sporting Arcoense soma agora 61 pontos, mais dois do que o Bencatelense e mais sete que o Aguiar.

Que momento é que o clube vive?

Acho que é o melhor momento da vida do clube. Tem crescido bastante ao longo dos últimos anos. A nível logístico, a inauguração do relvado, em 2017, ajudou-nos a trazer mais jovens para a nossa terra e melhores jogadores para o escalão seniores. Neste momento, o clube tem 92 atletas inscritos. Nunca o Arcoense teve este número, daí eu dizer que será o ano que maior crescimento o clube teve. 

Que balanço é que faz desta época?

Até agora é positivo. De momento, estamos na liderança do campeonato. Temos todas as condições para sermos campeões desta divisão. Conquista esta que o clube ainda só realizou duas vezes: uma na inauguração, em 1983. Outra em 2007, altura em que eu já era atleta do clube. Agora o objetivo, a nível pessoal, era ser campeão enquanto presidente também. Seria um motivo de orgulho e um privilégio. Além do título de campeão, ambicionamos a subida de divisão. Dependemos de nós para esse feito. Depois da pandemia que atravessou todos os clubes, estamos com saúde, mas não tem sido fácil. As receitas vão sendo cada vez menos, mas temo-nos conseguido manter. O Arcoense trabalha num só, com pessoas dinâmicas, com grandes capacidades e entreajuda. Só assim conseguimos manter o clube vivo e a respirar. 

Preparam-se para lançar uma equipa de cicloturismo. Que outros projetos têm em mente?

Temos essa equipa formada, que não é de competição, mas sim de recreio. Treinam coletivamente todos os domingos, dando uma voltinha de alguns quilómetros aqui pela região. Já adquirimos os equipamentos, esperamos que cheguem entretanto. Tencionamos participar na FIAPE – Feira Internacional Agropecuária de Estremoz como primeiro passeio. 

E há outros projetos em vista?

Sim, a nível da formação. Pretendemos crescer a este nível para dar sustento à equipa sénior um dia mais tarde. Ou seja, fazer este acompanhamento a nível etário para depois chegar ao escalão sénior e a equipa ter atletas da casa. Isto com o apoio de todos os envolvidos. É impossível o clube ser gerido por uma pessoa só e não basta duas ou três… A direção é composta por 24 pessoas e todos são necessários para dar continuidade a este trabalho. 

É a partir deste espírito que se têm envolvido em iniciativas além do desporto? Como a angariação de bens essenciais pela Ucrânia?

O mais importante são os princípios e valores do Arcoense. É um clube humilde, que vive do bairro, mas que tem noção dos problemas que a sociedade enfrenta. Embora sejamos pequenos, gostamos de ajudar e incutir estes valores aos nossos atletas. Dar um pouco do Arcoense a todos não custa nada, daí que já tenhamos participado em mais campanhas. O clube, do que depender de mim e da restante equipa, estará sempre na primeira linha a apoiar o próximo. 

Pensa em recandidatar-se?

Sim. Se subirmos de divisão, penso que é importante a direção estar estável para não surpreender a equipa. Pode surgir outra lista, ainda que eu não acredite porque tudo isto dá muito trabalho e as pessoas cada vez vão sendo menos e quem aqui anda é de livre e boa-vontade. Julgo que temos condições para assegurar o próximo biénio.

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