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Candidatura à Unesco “abre portas” à recuperação do património

A candidatura da vila ducal a Património Mundial já abriu portas ao restauro de património histórico do concelho.

Luís Godinho (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Vila Viçosa quer ser Património Mundial. A apresentação da candidatura está na reta final. Já integra a denominada “lista indicativa” da Unesco, ou seja, faz parte dos bens patrimoniais que o país quer ver classificados pela Unesco. E segundo Inácio Esperança, presidente da Câmara, há já resultados concretos que podem ser avaliados.

“A candidatura foi reformulada”, lembra o autarca, acrescentando que a “proximidade” entre o município, a Igreja e a Fundação da Casa de Bragança, que passou a integrar a comissão promotora, abriu portas à “recuperação” do património histórico local. O autarca avança com o exemplo do Alto de São Bento: “Era um forte militar importantíssimo, hoje está em ruínas, mas vai ser recuperado. Temos uma candidatura ao Programa Valorizar, do Turismo de Portugal que está aprovada, abrindo perspetivas para a concretização do projeto” acrescenta o autarca, considerando tratar-se de um projeto “emblemático”, desenvolvido no âmbito da candidatura a Património Mundial.

Mas há mais: “Igualmente importante é o circuito florbeliano e a integração de Florbela Espanca e dos ilustres calipolenses, uma perspetiva que não constava do anterior dossier de candidatura”. No castelo da vila irá surgir um centro interpretativo, o que constitui outra das apostas do município. Segundo Inácio Esperança, a autarquia irá adquirir um edifício – “temos assinado o respetivo contrato-promessa” – para instalar este equipamento.

“O grande objetivo”, sublinha, “é comprometer o poder político, neste caso autárquico, quer seja este Executivo ou os vindouros, comprometer as pessoas e comprometer as instituições de Vila Viçosa a um plano de intervenções no património que está quase em ruína, exceção feita à Igreja de Santa Cruz, recuperada pela Igreja”.

Inácio Esperança sublinha a “importância” destes projetos serem assumidos pela comunidade, numa estratégia de intervenção a médio e longo prado que “não mude” consoante a maioria partidária que esteja à frente do município. “É esse o objetivo, este não é um plano deste Executivo, é um plano das forças vivas da vila, no qual têm um papel igualmente importante os donos do património, a Igreja e a Fundação da Casa de Bragança, tal como outras instituições públicas e privadas, como a [Santa Casa da] Misericórdia, e diversos particulares”.

“No fundo”, refere o autarca, “trata-se de comprometer toda a comunidade a um plano de intervenções integrado no plano de gestão para os próximos 30 anos, com o objetivo de preservar este património e conseguir passá-lo às gerações vindouras. É isso que nos move”.

De acordo com o presidente da Câmara de Vila Viçosa, a candidatura a Património Mundial entra agora na “reta final”, sendo que o dossier a apresentar à Comissão Nacional da Unesco traduz uma “viragem estratégica” face aos objetivos elencados pelo anterior Executivo autárquico, e que fora, “chumbados”. A primeira, e grande, alteração prende-se com o facto de a candidatura ter como entidades promotoras não apenas a Câmara, nas também a Fundação da Casa de Bragança.

“O município”, explica Inácio Esperança, “é detentor de pouco património relativamente aquele que vai ser classificado. A candidatura assenta cada vez mais na vida quotidiana da da Casa de Bragança, nos seus hábitos e tradições”. O que não é de somenos importância, tendo em conta que os Bragança tiveram um papel decisivo na Restauração da independência de Portugal (1640), bem como na manutenção de um Império que controlava boa parte do mundo.

“A direção estratégica da candidatura foi muito importante e dá-nos garantias de que conseguiremos obter a classificação da Unesco”, resume o autarca.

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