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Câmara de Évora sem vislumbre de orçamento para 2023

Luís Godinho texto | Gonçalo Figueiredo fotografia

Nem orçamento, nem grandes opções do plano. A última reunião pública da Câmara de Évora terminou sem a apresentação de qualquer esboço das contas para 2023. Negociações entre maioria e oposição estão na estaca zero.

O tema foi “puxado” pela vereadora socialista Lurdes Nico, lamentando a “incapacidade de diálogo”, bem como a inexistência de qualquer proposta por parte do Executivo liderado pela CDU em relação a “matérias tão importantes” quanto estas.

“Já não vamos a tempo de discutir, deliberar analisar esses documentos este ano. As pessoas devem saber porque é que estas coisas acontecem. Não é possível haver negociação quando não temos a base desse diálogo, que os documentos não [nos] foram enviados”, sublinhou a autarca.

Em novembro, o presidente da Câmara, Carlos Pinto de Sá, disse estar “a decorrer o período de negociação entre as forças políticas” para tentar consensualizar uma proposta de orçamento para 2023, acrescentando esperar que seja possível “encontrar algum acordo nas próximas semanas por forma a que se possa cumprir a deliberação e discussão sobre as [grandes] opções do plano e o orçamento dentro do mês de dezembro”.

Dezembro passou, sem a apresentação de qualquer proposta. “Propunha receber das várias forças políticas as [respetivas] propostas e sugestões e ser a partir daí que fosse elaborada a proposta de orçamento”, explica Carlos Pinto de Sá. “Temos documentos de trabalho que só não distribuímos porque estávamos à espera de incluir um conjunto de propostas que pudessem motivar a negociação”, acrescentou o presidente da autarquia, revelando ter recebido “um conjunto de propostas” entregue pelo PSD que estão a ser “analisadas”.

“Estamos sem nada”, referiu José Calixto (PS), “sem um documento que possa servir de base [à negociação], sem proposta de orçamento (…) não é possível aprovarmos o que não existe”.

Vereador eleito pelo PSD, Henrique Sim-Sim confirmou a apresentação de propostas para inclusão no orçamento do próximo ano, mas desmentiu a existência de qualquer tipo de negociação: “Não tivemos qualquer feed back, não há propriamente negociação (…) afinal não é só com o PSD, pensávamos que [a CDU] estava a negociar com outras forças políticas”.

“Continuamos a aguardar a vossa proposta de orçamento e plano de atividades para negociarmos alguma coisa, se houver essa vontade de construir”, adiantou Henrique Sim-Sim, aproveitando para sublinhar o que diz uma “empatia cada vez mais premente” entre a CDU e o movimento independente “Cuidar de Évora”.

Composta por dois eleitos da CDU, dois do PS, dois do PSD e um do movimento independente, a Câmara de Évora só terá orçamento e grandes opções do plano se PS ou PSD viabilizarem os documentos através do voto a favor ou da abstenção. 

“Consideramos que no quadro político as negociações devem ser com todas as forças partidárias. O PSD entregou-nos dezenas de propostas, temos de ter tempo para as avaliar (…) isso às vezes demora mais tempo do que aquilo que esperaríamos”, concluiu Carlos Pinto de Sá.

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