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Bloco que condicionar transvase de Alqueva para o Algarve

O Bloco de Esquerda (BE) entregou no Parlamento um projeto de resolução no qual defende que o anunciado reforço de abastecimento de água ao Algarve, a partir do Pomarão (Rio Guadiana), deve ter como “primeira prioridade” o abastecimento doméstico e impedir que a água “se destine a manter ou a aumentar” as áreas ocupadas com “culturas insustentáveis”.

Financiado por verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, a obra custará cerca de 200 milhões de euros, tendo sido aberto concurso público para a elaboração do projeto de execução. Trata-se de executar um conjunto de obras que consistem na captação de água no rio Guadiana, a montante da barragem de Alqueva, junto à povoação de Mesquita (Mértola) e a montante da confluência do Rio Chança.

A partir desta captação, lembra do BE, desenvolver-se-á uma tubagem adutora que irá transportar a água captada até à albufeira da barragem de Odeleite, num percurso com cerca de 30 quilómetros de extensão e que permitirá captar cerca de 30 hectómetros cúbicos de água por ano, ou seja, três milhões de metros cúbicos.

“Este investimento é feito num contexto em que o Governo tem insistido que o preço da água no Algarve deve subir dada a sua escassez e em que um conjunto de transformações do território dessa região foram operadas, nomeadamente com o aparecimento de grandes plantações de abacate e de outras culturas com elevada necessidade de água”, acrescenta o BE, lembrando que plantações como o abacate, a segunda maior cultura de regadio da região, “não se destinam à segurança alimentar ou à constituição um sistema robusto de agricultura, mas sim à exportação”. 

O partido sublinha que “as limitações crescentes na abundância da água obrigam a repensar o território e a adaptar as captações e albufeiras existentes aos efeitos da crise climática”. E, nesse sentido, “existindo o investimento na captação do Pomarão, a sua primeira prioridade deve ser o abastecimento doméstico local e, sempre que necessário, o abastecimento doméstico à região do Algarve”. 

Ainda de acordo com o Bloco, “este investimento público não pode servir para manter práticas insustentáveis e desadequadas às condições da região do Algarve e o seu modelo agricultura deve ser alterado para garantir a segurança alimentar e a preservação dos recursos”.

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