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Ana Paula Amendoeira: BIALE é “iniciativa única” à escala regional

Ana Luísa Delgado texto e fotografia

Ao todo são mais de 140 os artistas contemporâneos representados na primeira edição da Bienal Internacional do Alentejo, que hoje chega ao fim, em Estremoz. Para a diretora regional de Cultura, Ana Paula Amendoeira, trata-se de uma “iniciativa única” à escala regional.

Construída a primeira edição da Bienal Internacional do Alentejo (BIALE), que esta tarde encerra em Estremoz, a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, diz que é tempo de começar a olhar em frente e projetar as próximas edições de forma a que a iniciativa, chegados a 2027, possa vir a assumir um papel relevante na programação de Évora – Capital Europeia da Cultura.

Esta primeira edição, sublinhou Ana Paula Amendoeira, “vem num tempo excelente porque vem num tempo em que começamos a fazer um caminho” para a Capital Europeia de Cultura, dizendo esperar que, daqui a quatro anos, já tenha “maturidade” suficiente para “centralizar” alguma da programação de arte contemporânea. “Não há nenhuma iniciativa no Alentejo com esta dimensão. É uma área que precisava de ser preenchida”, assinalou.

Integrada por mais de 140 artistas contemporâneos, das mais diversas nacionalidades, a BIALE resulta de uma iniciativa da associação Artmoz e da Câmara de Estremoz contando com o envolvimento de diversas entidades, com destaque para a Fundação da Bienal de Cerveira.

De acordo com a diretora regional de Cultura do Alentejo, além de “abrir caminho” para 2027 e da sua própria relevância enquanto projeto artístico de grande dimensão à escala regional e nacional, a BIALE vem ainda “cumprir uma dívida que o Alentejo tinha relativamente a uma série de artistas que fizeram um trabalho extraordinário, que se organizara, e que também foram responsáveis pelos salões de artes plásticas, ou iniciativa congéneres”.

Entre eles encontrava-se, por exemplo, o Grupo 8 de Évora-Monte, “um coletivo artístico de grande relevância no contexto português dos anos 70”, integrado por artistas como António Palolo, Joaquim Carapinha, José de Carvalho, entre outros, que realizou diversas exposições em Évora e em Lisboa.

“Foram responsáveis por uma vitalidade das artes plásticas na região do Alentejo Central quando isso não era nada evidente, sobretudo antes do 25 de Abril [quando] era um ato de resistência e de liberdade afirmar a linguagem artística através das artes plásticas”, acrescentou Ana Paula Amendoeira, lembrando que tanto o Grupo de Évora-Monte como outros que lhe sucederam “não tiveram apoio institucional que lhes permitisse continuar de forma sistemática este trabalho de mostra, promoção e troca de artes plásticas”.

Por isso, acrescentou, “já vinha sendo tempo de se começar a pagar esta dívida porque eles bastante trabalharam para promover a liberdade da criação artística e a qualidade da criação numa região que produziu alguns grandes artísticas plásticos”.

Formada em janeiro de 2022, a Artmoz é uma associação cultural formada em janeiro de 2022 com a finalidade de “recriar espaços próprios de relação entre as artes e os públicos específicos de forma a atrair novos espectadores numa simbiose entre os espaços e os utentes desses lugares”.

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