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Autarcas alinham por Pedro Nuno. João Grilo é mandatário distrital

Nos próximos dias 15 e 16 de dezembro o PS escolhe o sucessor de António Costa. A nível regional a balança desequilibra-se a favor do ex-ministro das Infraestruras.

Luís Godinho (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Cinco dos seis presidentes de Câmara eleitos pelo PS no distrito de Évora apoiam Pedro Nuno Santos na corrida do ex-ministro das Infraestruturas a secretário-geral do PS. As eleições estão marcadas para os próximos dias 15 e 16 de dezembro. Com Pedro Nuno estão João Grilo, presidente da Câmara de Alandroal e mandatário distrital da campanha, mas também o autarca de Estremoz, José Daniel Sádio, bem como Olímpio Galvão (Montemor-o-Novo) e Paula Chuço (Mora). Além, claro de Luís Dias, que preside não só à Câmara de Vendas Novas como à Federação Distrital de Évora do PS.

Reunindo quase o pleno dos presidentes de câmara socialista – só José Manuel Grilo (Portel) ainda não assumiu posição pública -, Pedro Nuno Santos passou por Évora sexta-feira, dia 24, em ação de campanha, para acusar o PSD de ter um “aliado não assumido”, o Chega,“não conhecendo outra estratégia que não seja a do empobrecimento” do país.

Fonte partidária antevê uma “vitória folgada” do ex-ministro no distrito, ainda que do lado de José Luís Carneiro, o outro candidato à liderança do PS, se encontram “pesos pesados” como Luís Capoulas Santos e Carlos Zorrinho.

“Reconheço que ambos [José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos] têm enormes qualidades políticas, mas neste contexto que vivemos, em que estamos a eleger um secretário-geral que será imediatamente a seguir, um candidato a primeiro-ministro. Eu entendo que devo colocar o meu país à frente do meu partido”, afirmou o ex-ministro da Agricultura e deputado por Évora em entrevista à SIC/Notícias.

Ainda de acordo com Capoulas Santos, que avançou ao “Brados do Alentejo” que não voltará a ser candidato nas eleições legislativas de março, “o PS defendido por José Luís Carneiro – talvez num cariz mais social democrata, mais moderado, mais próximo do centro – contrasta com aquela que tem sido a posição tradicional de Pedro Nuno, que representa uma ala mais à esquerda do PS, onde eu acho que o PS não tem base eleitoral para onde possa crescer”.

Capoulas sublinha o “pragmatismo”, mas também “a moderação” e o “espírito de diálogo” de José Luís Carneiro, o que o tornam “um líder menos inflamado”, por comparação a Pedro Nuno Santos.

Se do lado do atual ministro da Administração Interna não têm faltado críticas, umas mais subtis que outras, a Pedro Nuno Santos, do lado deste a estratégia é outra, de apaziguamento das divisões internas. “Aquilo que é a minha expectativa e o meu desejo é que esta campanha interna decorra de forma elevada, sem beliscadelas, para que possamos estar fortalecidos para as próximas legislativas”, refere Luís Dias “Sendo amigo dos dois não vou dizer mal de ninguém, não vou andar a fazer campanhas negativas contra ninguém, mas considero que o Pedro Nuno Santos é o que tem melhor preparação, neste momento, para liderar o PS nas próximas eleições”.

Reivindicando a herança positiva dos últimos oito anos de governo socialista – “foram devolvidos direitos, aumentados os salários e as pensões, promovido o crescimento económico e reduzida a dívida pública” -, o presidente da Federação socialista diz que Pedro Nuno Santos “é a pessoa que melhor pode defender o país da direita extremista e populista que temos em Portugal e na região”. Dito de outro modo, “Não estou a ver o Zé Luís com capacidade para negociar com os partidos à esquerda e fazer uma nova geringonça, por exemplo, ou unir o partido a nível interno. É um camarada por quem tenho muita estima, que tem feito um trabalho extraordinário, mas que não conseguirá unir os princípios da nossa esquerda democrática tão bem como o Pedro Nuno Santos”, conclui.

Presenças e ausências “com significado político”

Ouvido pelo “Brados do Alentejo”, um ex-dirigente do secretariado da Federação de Évora, órgão máximo do partido a nível distrital, assinala o “significado político” de algumas presenças e ausências na ação de campanha de Pedro Nuno Santos em Évora. “Notei, por exemplo, a ausência de José Calixto [ex-presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz e atual vereador na Câmara de Évora], por contraste com a presença de Vítor Martelo e, sobretudo do Jorge Nunes”.

Ex-presidente da Junta de Freguesia de Monsaraz, e ex-vereador na Câmara de Reguengos, Jorge Nunes, adianta a mesma fonte, “era o candidato com o perfil adequado para ter concorrido à presidência da Câmara de Reguengos [nas últimas autárquicas], mas a opção da concelhia foi outra, com o resultado que se viu”.

Agora, Jorge Nunes está de regresso ao principal palco da política distrital, desde logo por ser ele o diretor de campanha de Pedro Nuno Santos. “Conhecemo-nos há 20 anos e revejo-lhe o perfil para [liderar o PS num] momento decisivo na vida interna do nosso Partido e a sua capacidade reformista, internamente e para o país”, escreveu Jorge Nunes na sua página de Facebook.

APOIOS DE PARTE A PARTE

Os três presidentes das distritais alentejanas do PS (Luís Dias, Luís Testa e Nélson Brito) estão com Pedro Nuno Santos. Já José Luís Carneiro conta, entre os seus apoiantes, com os presidentes das Câmaras de Beja (Paulo Arsénio), Moura (Álvaro Azedo) e Ferreira do Alentejo (Luís Pita Ameixa), entre outros.

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