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Assembleia aprova “divórcio” de São Manços e Vendinha 

A Assembleia Municipal de Évora aprovou, por unanimidade, a desagregação das União de Freguesias de São Manços e São Vicente do Pigeiro (Vendinha). O processo segue agora para o Parlamento.

O “divórcio” ainda não está consumado, mas quase. A decisão final será da Assembleia da República. Mas a desagregação da União de Freguesias de São Manços e São Vicente do Pigeiro, em Évora, foi aprovada pela Assembleia Municipal. Por unanimidade.

“A união destas duas freguesias não foi feita de bom grado, todos sabemos que são duas freguesias distintas, com 13 quilómetros de distância, nem sequer há transporte rodoviário que as ligue… com usos, costumes, tradições completamente diferentes e que desde sempre quiseram manter a sua identidade”, lembrou Florinda Russo, presidente da União de Freguesias.

A união foi criada pelo Governo de Pedro Passos Coelho em 2011, estava o país sob intervenção da troika. Na altura, 1168 freguesias de todo o país viram-se obrigadas a viver em “união de facto”. Entre elas, S. Manços e S. Vicente do Pigeiro. “Fizeram-se abaixo-assinados que em nada resultaram porque a decisão estava tomada. As populações não foram ouvidas, não pudemos manifestar a nossa opinião e foi complicado aceitar essa perda de identidade”, disse Florinda Russo à SW Portugal, quando o processo de “divórcio” foi iniciado com uma deliberação da Assembleia de Freguesia.

O parecer da Câmara de Évora foi no sentido de aprovar a desagregação. “Todas as freguesias às quais foi imposta a agregação com a qual estão em desacordo e que manifestaram a sua opção por voltar a repor a freguesia devem poder fazê-lo”, disse o presidente da Câmara, Carlos Pinto de Sá.

“A desagregação”, acrescentou a deputada municipal Elmina Lopes (CDU), “põe termo a uma situação que provou ser gravosa para a gestão do território e das populações”. Ainda assim, referiu, “há o risco de a desagregação não chegar a bom termo pelos timings atabalhoados em que o processo decorreu”. Em causa está a ultrapassagem, em vários meses, do prazo limite em que o processo deveria ter dado entrada na Assembleia da República (21 de dezembro de 2022).

Justificando o sentido de voto do Movimento “Cuidar de Évora”, o deputado municipal Paulo Ribeiro sublinhou que a existência da freguesia “corresponde de forma indelével a uma efetiva coesão” territorial. “Percebendo as identidades, as especificidades de cada população, as suas necessidades, o seu contexto socioeconómico e sobretudo o seu devir histórico, a bancada votará favoravelmente esta desagregação”, concluiu.

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