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Artigo de opinião de Luís Assis: “Morte Anunciada!”

Luís Assis (texto) | advogado e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

A demissão do primeiro-ministro foi uma morte anunciada, pelo menos desde 2020, altura em que surgiram as primeiras notícias sobre os casos que agora foram a gota de água para a demissão do mesmo e a dissolução da Assembleia da República.

A desestruturação do Estado já se vinha sentindo em todos os sectores, desde a saúde, educação, justiça e defesa nacional, de entre outros, com o colapso mais do que evidente de todos os serviços públicos e as consecutivas greves, por falta de decisão de qualquer membro deste governo agora caído.

A gota de água da morte anunciada foi o tornar-se pública a investigação criminal contra membros do governo, nele se incluindo o primeiro-ministro, sobre factos já noticiados em 2020, referentes aos negócios do lítio, hidrogénio e data center.

Desde 2020 que tais factos sob investigação pesavam nas cabeças dos membros do governo qual espada de Dâmocles, só que, confiaram que nada se passaria, só que se enganaram e vieram a sofrer as consequências da investigação criminal em curso.

O final não poderia ser outro que não este, pelo que, este caso era a morte anunciada deste governo desde 2020, pelo que, a demissão do primeiro ministro era inevitável e previsível, só não sendo certo o dia em que ocorreria, porque tal dependia do andamento das investigações e do facto de se tornarem públicas e notórias.

O primeiro ministro enleou-se num pântano por vontade própria ao manter no seu governo pessoas que já tinham sido alvo de notícias sobre tais factos, dar-lhes a sua confiança política contra tudo e contra todos, ficando, desta forma umbilicalmente ligado ao futuro destas pessoas em função do desfecho das investigações.

Ao Presidente da República não restava outra solução que a dissolução da Assembleia da República, face ao que tinha afirmado aquando da posse do governo, sob pena de perder a face e ficar colado ao destino de um novo governo do PS.

Com toda esta situação dificilmente o PS conseguirá apresentar uma alternativa, que seja de mudança de toda esta situação, uma vez que as pessoas que se perfilam para suceder a António Costa estão-lhe ligados, para além do que, qual será a política alternativa àquela que o PS tem seguido? Que programa de governo terá diferente deste?

O PS parte para as próximas eleições muito diminuído e fragilizado.

A morte estava mais do que anunciada, só não viu quem não quis!

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