Luís Godinho texto | Fotografia de arquivo
A Câmara de Évora vai apoiar 14 projetos artísticos no âmbito de um aviso de candidaturas aberto em julho e agosto do ano passado no âmbito do programa Artes à Rua. Sem apoio ficam mais de 70 projetos, uns classificados como “não selecionados”, outros como “não enquadráveis”.
Cerca de 80% das candidaturas apresentadas ao Artes à Rua não foram aprovadas pela Câmara de Évora. O processo ainda não está fechado, uma vez que decorre o período para auscultação dos interessados. Mas apenas 14 das mais de 80 candidaturas vão ser apoiadas.
De fora ficam projetos apresentados por companhias e artistas sediados em Évora, como Pablo Vidal (Orquestra Ukeleles Évora), Cláudia Lázaro (“O Lago”), Tozé Bexiga (“Batente”) ou pela Companhia de Dança Contemporânea de Évora (“Dança Participativa”). Sem apoio ficam também “Não Esculturas para Não Lugares”, da Associação Pó de Vir a Ser, “O Trem”, da Associ’Arte, ou “A República dos Pássaros”, da Associação Cultural do Imaginário, entre outros.
A Câmara de Évora refere que “o trabalho de avaliação e escrutínio desenvolvido pelo júri”, formado por Daniela Salazar, César Silveira e Susana Picanço, “decorreu com normalidade, tendo em conta o elevado número de propostas submetidas, o que justifica a ultrapassagem dos prazos inicialmente previstos para comunicação dos resultados”.
Ainda segundo a autarquia, “a avaliação qualitativa global comum aos três elementos do júri aponta a grande qualidade e diversidade das propostas”, tendo a seleção sido feita com base em critérios que privilegiaram projetos “com um ou mais artistas em diálogo”, de cruzamento disciplinar, participativos e colaborativos e/ou “desenvolvidos por artistas ou agentes culturais que não tenham a sua atividade regular apoiada por outros apoios financeiros do município”.
“Dada a qualidade, já referida, bem como o interesse cultural e artístico de todas as propostas submetidas, a Câmara Municipal terá em consideração as várias propostas não selecionadas para outras oportunidades de programação futuras”, acrescenta a mesma fonte.
Os projetos selecionados, cujo apoio global corresponde a 100 mil euros, dividem-se em três categorias. Na categoria A serão apoiados “Cartazes dos Cantares”, de Bernardo Bagulho, “Dois Solos e Uma Mala”, uma criação de Raquel Nobre e Pedro Carvalho, “Assomar-se. Teatro Lambe Lambe”, de Andrea Previtali, e a exposição de fotografia “Goodbye”, de Cláudia Dias. Nesta categoria, o projeto artístico apresentado por Joaquim Baetas, “Catan”, não foi selecionado por 0,2 pontos, numa escala de 0 a 9.
Na categoria B, o júri selecionou “Panorama Alterno”, de Ruben Jaulino e Tiago Carrasco, “Coletivo Mesclório Coletivo”, dos Bazarulho com Cristina Viana, a instalação/performance “Obra Viva”, de Mariana Ribas Coimbra, “Balet Chiclet!”, do Quarteto Ma non Troppo, “Somos Sempre Três”, de Filipa Madeira, na área do circo contemporâneo, e “Malvico Sarapico – Um Conto Musicado”, de Joana Godinho / Bolsa D’Originais Associação.
Finalmente, na categoria C, a que corresponde um montante de apoio mais elevado, os quatro projetos selecionados são “A Barragem”, de Chissangue Afonso, “Reconquista”, pela Calcanhar d’Aquiles Associação Cultural, “Madraça”, de Afonso Nascimento, e “AAA+8 Mulheres, Saberes Práticos e o Montado”, pela Casa do Montado.