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Arte eletrónica de Maite Cajaraville no Fórum Eugénio de Almeida

A arte eletrónica de Maite Cajaraville (Llerena, Badajoz, 1967) estará patente ao público numa exposição individual a inaugurar no próximo sábado, dia 10, no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), em Évora. Intitulada ALVEX, a exposição resulta de uma coprodução entre a FEA e o Museu Extremenho e Ibero-americano de Arte Contemporânea (MEIAC), de Badajoz, com curadoria de Natalia Piñuel Martín e co-curadoria de José Alberto Ferreira.

Em ALVEX (acrónimo de Alentejo Virtual Extremadura) poderão ser vistas, pela primeira vez, duas esculturas tridimensionais, uma física e outra virtual, desenvolvidas a partir de uma grande variedade de dados socioeconómicos atualizados de todos os concelhos do Alentejo. A peça física é gerada em cerâmica impressa em 3D e a virtual é apresentada em realidade aumentada ou expandida. 

Os dados, normalizados segundo critérios estatísticos, dão origem a elevações e depressões na superfície de ambas as peças. “Atribuindo pontuações a cada concelho com base em critérios matemáticos padronizados, é gerado o terceiro plano das esculturas, que lhes confere um conjunto estético e arquitetónico de volumes, de modo que pode-se dizer que ALVEX combina a beleza da arte com o conhecimento preciso que fornece os dados”, refere fonte da organização.

“Podemos dizer com segurança que a escultura (ALVEX) se apresenta como uma voz oracular. Críptica como o oráculo de outros tempos, fala das matérias-primas da região, das razões, limitações econômicas, apresentando o território em uma tradução 3D eloquente. E, como um oráculo, não são as respostas que importam, mas o que fazemos com elas. Em primeiro lugar, para o espectador a possibilidade de desmantelar estereótipos e ideias preconcebidas sobre o território configuram uma notável eficácia política”, sublinha José Alberto Ferreira.

A nível conceptual, tudo começou em 2017 com uma instalação e uma escultura cerâmica tridimensional, apresentada em Cáceres Abierto sob o nome de “A Virgem de Guadalupe não Vem me Ver”. Ambos transformaram em arte uma exaustiva investigação de dados socioeconómicos, do período 2014-2017, de todos os municípios da Extremadura. 

Nas palavras de Natalia Piñuel Martín, falar da obra de Maite Cajaraville “significa reivindicar uma das artistas pioneiras da arte digital na Espanha” pois a sua carreira “funciona como um ‘work in progress’ contínuo, integrando narrativas não ficcionais em diferentes projetos que trabalham em torno da arte mediática. Um traço fundamental ao longo de sua carreira, desde seu início na década de 90, é a capacidade de reverter imaginários e condicionamentos sociais por meio da interação com o público, utilizando para isso dispositivos contemporâneos à nossa realidade a partir dos contextos de arte contemporânea”.

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