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António Zambujo: “O que mais me encanta são as pessoas”

“A música tradicional do Alentejo tem e terá sempre uma grande influência na música que faço”. Nascido em Beja, em setembro de 1975, António Zambujo não esconde a influência da cidade na sua carreira artística: “Sendo Beja a cidade onde cresci e onde tive os primeiros contactos com a música, diria que tem muita influência [na minha carreira]”.

Considerado como um dos maiores artistas, autores e intérpretes contemporâneos da música e da língua portuguesas, e um dos seus mais notáveis embaixadores no mundo, António Zambujo começou por estudar clarinete com apenas 8 anos, mas foi sobretudo a tradição viva do Cante Alentejano e do fado que o fizeram músico.

Acabando por fixar-se em Lisboa, onde começou por dividir o tempo entre a experiência diária do fado e a participação em musicais, trilhou um impressionante caminho, marcado por prémios e distinções, com destaque para a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, que lhe foi entregue pelo Presidente da República, em 2015.

À pergunta sobre o que é que Beja tem de mais inspirador, a resposta surge direta: “O que mais me encanta nos sítios são as pessoas. Está sempre tudo à volta das pessoas”.

O seu primeiro disco, “O Mesmo Fado”, foi editado em 2002. Dois anos depois, saía “Por Meu Cante”, onde a evidente influência do Cante Alentejano está presente em temas como “Verão”: “Meu Alentejo/ Enquanto isto se processa/ O sol ferindo, sem pressa/ Queima mais a tez bronzeada”. 

No oitavo álbum de originais, editado em 2021, “António Zambujo Voz e Violão”, o músico bejense incorpora as influências do cancioneiro brasileiro, em particular da Bossa Nova, na sua música, primeiro forjada na tradição do Cante Alentejano e do fado, de onde partiu para criar uma personalidade única, inspirando um novo ciclo na música portuguesa, ao mesmo tempo que derruba fronteiras, reais ou imaginárias, aproximando os dois lados do Atlântico.

“O que se pode esperar de mim é sempre música. É o que quero fazer. Concertos e eventualmente um disco novo até ao final do ano, embora ainda não tenha definido uma data para esse lançamento”, revela António Zambujo, que regressou ao Teatro Municipal Pax Julia no passado dia 10 de setembro, para mais um concerto memorável. Como escreveu o jornalista Luís Osório, “Voz e Violão” constitui “um dos mais importantes da carreira de António Zambujo”, simplesmente porque “será sempre associado a um tempo que nos provou o quanto somos frágeis e o quanto precisamos de nos repensar numa urgência do que é essencial”.

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