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Ana Abrunhosa garante financiamento ao Florbela Espanca

Ana Luísa Delgado (texto)

Depois do incêndio, no final do julho, tornou-se impossível concluir a obra até final deste ano, conforme exigem os fundos comunitários. Mas a ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, garante que não faltará dinheiro para a recuperação desta sala de espectáculos.

“Está garantido o financiamento [à recuperação] do Cineteatro Florbela Espanca”. Taxativa, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, foi a Vila Viçosa garantir que não será por falta de dinheiro que a obra não ficará concluída. Um violento incêndio no final de julho, quando decorriam as obras de restauro e cujas causas ainda não foram identificadas, provocou um conjunto elevado de danos no edifício, sobretudo ao nível da cobertura, e impossibilitou a conclusão dos trabalhos dentro do prazo imposto pelas regras comunitárias, ou seja, até final deste ano.

“Não se irá conseguir concluir a obra no período de elegibilidade”, reconheceu a ministra, adiantando que a solução é simples: “O que for possível fazer até final deste ano é enquadrável, em termos de financiamento no Alentejo 2020. O que não for possível concluir será enquadrável no Alentejo 2030 e, portanto, o financiamento está assegurado e a obra será acabada”.

Em declarações aos jornalistas, Ana Abrunhosa confirmou a estimativa inicial do Município de Vila Viçosa, segundo a qual está em causa um investimento na ordem de um milhão de euros para “repor” o que foi destruído. “Infelizmente estas situações acontecem, transmitimos a nossa solidariedade ao Município e viemos trabalhar numa solução”.

Para já, uma das maiores preocupações prende-se com a possibilidade de recomeço dos trabalhos, interrompidos desde o incêndio por decisão da Unidade Local de Investigação Criminal de Évora da Polícia Judiciária (PJ), que está a investigar as origens do fogo e realizou perícias no imóvel.

“Preocupa-nos”, disse Ana Abrunhosa, “que o Município possa fazer a cobertura do edifício o mais rapidamente possível pois o inverno aproxima-se. Aguarda-se a perícia da PJ ou, pelo menos, uma palavra que autorize o Município a reiniciar a obra. Fiz essa ‘ponte’ com a ministra da Justiça e estamos a trabalhar em conjunto”.

O fogo deflagrou na tarde do passado dia 31 de julho, tendo destruído a cobertura do edifício e o sistema de ventilação e ar condicionado, avaliado em mais de 400 mil euros. Na altura, o presidente da Câmara de Vila Viçosa, Inácio Esperança, levantou a possibilidade de o incêndio ter tido origem em trabalhos de soldadura.

“As intervenções nesta tipologia de equipamentos, devem ser asseguradas por estudos exaustivos, onde a qualificação dos técnicos e dos operários sejam determinantes para a sua realização”, advertiu entretanto o Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Património (Cechap), dizendo-se “preocupado com a falta de atitude, por parte dos responsáveis, no acompanhamento e intervenção no património arquitetónico público”

O espaço está completamente encerrado desde 2012, data em que fechou devido a problemas estruturais. A requalificação é um projeto de 2018, que se foi arrastando devido à ausência de concorrentes aos vários concursos públicos relativos à empreitada.

O valor inicialmente previsto de 613,6 mil euros não era suficiente para concluir todas as obras necessárias para reabrir ao público este emblemático edifício calipolense, inaugurado a 29 de julho de 1957. Com a mudança de executivo municipal foi obtido um reforço de verba, tendo sido aprovada a reprogramação da candidatura de “Reabilitação do Cineteatro Florbela Espanca de Vila Viçosa” no âmbito do Alentejo 2020, cuja execução termina no final deste ano. E que será impossível de cumprir.

Quando a obra estiver executada, adianta o vereador Tiago Salgueiro, a ideia é criar “uma dinâmica de exposições temporárias”, bem como a realização de espetáculos mu- sicais, o que até ao momento não tem sido possível porque não existe na sede de concelho uma sala adequada ao efeito. “Queremos trabalhar em parceria com todas as entida- des, nomeadamente com o grupo de teatro de Vila Viçosa que é uma instituição do concelho que se tem visto limitada em termos da sua programação”, acrescenta.

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