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Aldeia mineira do Lousal inspira alunos de Belas Artes

A biblioteca e arquivo de Grândola abre ao público esta quarta-feira, dia 6 de julho, pelas 18h00, a exposição de escultura “À Superfície”, constituída por trabalhos elaborados por alunos da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. A mostra estará patente ao público até final do mês.

A povoação mineira do Lousal tem a sua história ligada à exploração mineira da pirite desde o final do século XIX. O seu passado reflete-se hoje na memória de uma estrutura urbana marcada pela radical transformação da paisagem ao longo do tempo e na organização doutrinada do aglomerado residencial. 

A imagem urbana do Lousal está irremediavelmente marcada pelos projetos de crescimento e planeamento nos anos 50, num momento da história da mina caracterizado pelo forte incremento da extração com efeitos no crescimento do povoado. E é formado por conjuntos habitacionais que foi sendo reestruturado de acordo com a organização cadastral e a renovação geracional do lugar, desde o encerramento da mina que ocorreu em 1988. 

A Câmara de Grândola e a Fundação Fréderic Velge, proprietária do complexo através da empresa SAPEC, protocolaram no fim do século passado um programa de revitalização urbana e patrimonial da povoação mineira, demolindo construções e readequando um conjunto significativo de edifícios do complexo de modo a aproveitar as suas potencialidades turísticas e museológicas.

Hoje, através de entidades e organizações formais e não formais que atuam no terreno, trabalha-se na procura de soluções para atuar positivamente sobre uma realidade sociocultural e demográfica herdeira da atividade mineira secular.

Foi em confronto com esta realidade que se estabeleceu um protocolo entre a Faculdade de Belas Artes e o Município de Grândola em 2017, para que, a partir de uma abordagem socialmente comprometida, se propusesse o desenvolvimento de um programa de arte pública no Lousal, que implicasse a chamada da comunidade e das entidades presentes no terreno para a programação e implementação de diversos projetos como o “À Superfície”, que envolve estudantes da licenciatura de Escultura.

“Procuramos incentivar nos jovens artistas uma atitude socialmente desperta, contando com o apoio e participação direta e indireta de uma amostra populacional diversa e heterogénea. Esta opção foi um fator importante para fomentar uma relação critica, criativa e positiva entre os artistas e o território sobre o qual trabalharam”, refere fonte da organização.

A exposição é um complemento da instalação de obras de arte no território do Lousal, apresentando um conjunto de “propostas que pressupõem diferentes abordagens e linguagens, em suportes considerados os apropriados para expressar uma ideia”. 

As obras trazem ao público uma “reinterpretação do que poderão ser referências identitárias” do passado mineiro da povoação. “As exposições, constituem-se assim, como ferramenta pedagógica para o estudo da transmissão da memória coletiva e da diversidade de usos e apropriações do espaço público. Apresentando hipóteses de diálogo entre a vertente física e imaterial, cultural e social no Lousal, garantindo novas formas de leitura do território através da arte”, conclui a mesma fonte.

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