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Aí está o Portugal “O” Meeting com mais de dois mil atletas

Ana Luísa Delgado texto

Homens e mulheres, novos e velhos, cerca de dois mil atletas estão a competir, até dia 21 de fevereiro, na prova do Portugal “O” Meeting em São Bartolomeu do Outeiro, concelho de Portel. Participam cerca de dois mil atletas. 

A primeira vez que conversámos, através de telefone, Jacinto Eleutério, da delegação de Évora da Associação de Deficientes das Forças Armadas (ADFA), dizia haver 1800 atletas inscritos para a prova do Portugal “O” Meeting em São Bartolomeu do Outeiro. “Olhe, à boa maneira portuguesa, em que é tudo feito em cima da hora, vejo agora que já são 1815”. E, poucos dias depois, o número já ultrapassava os dois mil atletas, oriundos de várias partes do mundo.

Uma prova de orientação, explica Jacinto Eleutério, é uma competição em que o atleta “recebe um mapa, no início de um determinado percurso, que tem cartografada a zona de prova, havendo balizas colocadas de forma aleatória, pelas quais os atletas terão de passar cumprindo uma ordem sequencial definida pela organização”. Os percursos são adaptados à idade e condição física dos participantes. “Há uns com maior dificuldade técnica, outros com menor, pois trata-se de uma modalidade aberta a toda a gente, adaptada às famílias”. 

Em cada escalão, as partidas são definidas num sistema de contrarrelógio. Ganha quem fizer o percurso mais rápido, com a ordem sequencial “certinha”, ou seja, “com todos os pontos marcados no cartão [distribuído à partida]”. Cada atleta disputa a prova com os seus objetivos. E há gente vinda de todo o mundo. Aliás, há mais gente vinda de todo o mundo do que, propriamente, atletas portugueses. Numa estimativa feita por Jacinto Eleutério, os inscritos de nacionalidade estrangeira serão cerca de três vezes mais do que os portugueses. “Já temos mais de 1500 inscritos estrangeiros, divididos pelos vários escalões, uns mais pela curiosidade e prazer de andar pela floresta, outros com a intenção de competir pois um dos dias de prova é pontuável para a taça do mundo”.

E entre os participantes na prova, acrescenta, há um “jovem” de 90 anos, quinze com mais de 85 e 10 atletas, entre homens e mulheres, com mais de 80 anos. “Esta é uma modalidade para todas as idades e para todas as classes sociais”, diz Jacinto Eleutério, segundo o qual estarão em prova atletas “amadores” e outros, semiprofissionais, oriundos dos países nórdicos, que vêm competir como preparação para os campeonatos do mundo, agendados para o Verão.

“Temos uma participação massiva de finlandeses, mais de 300 atletas franceses, mais de 100 noruegueses e uma grande representatividade de competidores vindos da Suécia e da Suíça. São países onde, neste momento, os atletas não conseguem praticar esta modalidade… se nós temos frio, imagine como eles estão em terrenos cobertos de neve, onde não se consegue efetivar a prática desportiva”, acrescenta, explicando que o facto de se tratar da “primeira prova de grande envergadura” realizada anualmente na Europa explica a participação de um tão grande número de atletas.

COMPETIÇÃO PARA TODOS

Quanto ao calendário da competição, revela o dirigente da ADFA, este sábado, realiza-se a prova de distância média, “com percursos preparados para que o vencedor de cada escalão faça à volta dos 30 a 35 minutos”, e na manhã de domingo ir-se-ão disputar as provas pontuáveis para a taça do mundo da modalidade.

Ainda no domingo, à noite, haverá o sprint urbano de Portel. Para segunda-feira está agendada a prova de distância média, além de uma outra de precisão direcionada para pessoas com alguma deficiência, e no dia seguinte, o último desta prova do Portugal “O” Meeting, serão conhecidos os vencedores das diversas competições.

“O primeiro e o terceiro dia serão de distância média, domingo e terça-feira teremos provas de distância longa, percursos definidos para que o atleta os percorra entra 1h00 e 1h10”, refere Jacinto Eleutério, lembrando que se tratam de provas que integram o calendário da Federação Portuguesa de Orientação. Além da delegação de Évora da ADFA, esta prova conta com a organização do Clube de Orientação e Aventura do Litoral Alentejano (de Santiago do Cacém), da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC), do Turismo do Alentejo e da Câmara de Portel.

“Em 2018 tivemos 2500 participantes, a maior parte deles com desejo de voltar… estou convencido que estão a voltar. São Bartolomeu do Outeiro é uma zona extremamente rica para esta modalidade, temos condições logísticas excelentes e está confirmada uma massiva participação de pessoas”, conclui.

“ESTAMOS A VOLTAR À NORMALIDADE”

Responsável na ADFA pela organização do Portugal “O” Meeting, Jacinto Eleutério refere que a prova tem um “encargo logístico elevado”, desde logo pelos custos relacionados com a cartografia do terreno onde se realiza – “só para isso foram necessários mais de 15 mil euros” -, mas também pelos custos logísticos. “O orçamento não ficará abaixo dos 70 mil euros”, antevê o dirigente associativo, lembrando que além da componente competitiva ir-se-á realizar uma prova de precisão, “destinada a pessoas em cadeiras de rodas”, além de um sprint em Portel, disputado “em ambiente urbano, com a máxima intensidade e esforço” dos atletas.

“Os melhores atletas portugueses vão participar nesta prova, como é o caso do Tiago Romão, campeão nacional absoluto… se o melhor português ficar nos 20 primeiros lugares fará um excelente prova. A pandemia quebrou a rotina, estamos agora a voltar à normalidade”, desabafa. Ainda de acordo com Jacinto Eleutério, todas as provas “serão disputadas num ecossistema de floresta”. Para domingo estão agendadas as provas pontuáveis para a Taça do Mundo. A entrega de prémios e o encerramento estão agendados para as 13h30 do próximo dia 21 de fevereiro.

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