Francisco Alvarenga texto
“3 Pessoas, 3 Histórias, 1 Espaço”. É com dança que se inicia hoje, pelas 19h00, em Aljustrel, o Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA), organizado pela Companhia Lendias d’Encantar.
“São três histórias, três fases, três vivências de cada corpo. Através da linguagem do movimento, esses corpos projetam as suas realidades a partir da individualidade e constroem o seu próprio espaço num trabalho conjunto”, refere a organização.
A coreografia e a interpretação estão “por conta” de Wilmer Minyety, Laura Rios e Mariela Tolentino. Trata-se de uma produção da Companhia Alentejana de Dança Contemporânea (CADAC).
À noite, pelas 21h30, o antigo hospital da Misericórdia de Beja será o palco “improvável” para acolher “Coração de Antígona”, uma produção conjunta do Centro Dramático Galego, El Mura (do Uruguai) e Lendias de Encantar, com encenação Ivan Solarich.
A peça reúne “atrizes que decidem olhar-se através do Atlântico para refletir nas suas águas as suas próprias histórias de vida. Essa imersão teatral transforma-se em uma doce provocação para contar histórias de hoje, de ontem, histórias de mulheres”.
A celebrar 10 anos, o FITA inclui nesta edição um total de 21 espetáculos de companhias portuguesas e de mais sete países ibero-americanos, tendo programação agendada para Aljustrel, Arraiolos, Beja, Ferreira do Alentejo, Mértola, Ponte de Sôr e Santiago do Cacém.
“Na maior parte destes concelhos onde realizamos o FITA, se não fosse o festival muito dificilmente este público teria acesso a espetáculos oriundos destes países”, disse o diretor artístico da Lendias d’Encantar, António Revez, citado pela Lusa. Ainda segundo António Revez, em “destaque” vão estar “produções oriundas do Uruguai [o país convidado], com quatro espetáculos, mais uma coprodução em que estão envolvidos criadores do Uruguai, de Portugal, Espanha e Cuba”.
Pelo antigo hospital da Misericórdia de Beja irão passar mais três espetáculos, a começar por “Café” (amanhã, dia 23), uma encenação de Rui Penas a partir de um texto de Spiro Scimone traduzido por Jorge Silva Melo e “onde é visível a opção de fidelidade a um dialeto, provavelmente inventado a partir do dialeto siciliano, criando diálogos onde soa uma musicalidade que contaria a banalidade dos assuntos” tratados numa conversa de café.