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Agricultores pedem “alívio” nas medidas contra incêndios

Ana Luísa Delgado texto | Gonçalo Figueiredo foto

A Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) quer “algum alívio” e “bom senso” nas medidas restritivas à atividade agrícola adotadas pelo Governo como prevenção à ocorrência de fogos florestais.

Numa carta aberta à ministra da Agricultura, o presidente da FAABA, Rui Garrido, reconhece “a absoluta necessidade de implementação de medidas que evitem a deflagração de fogos que, infelizmente, têm assolado o nosso território, principalmente nas zonas providas de coberto florestal” nas regiões do norte e centro do país, mas acrescenta que “algumas situações” no Baixo Alentejo, “pelas suas particularidades” deveriam “merecer outra atenção e até algum alívio e bom senso nas medidas restritivas agora decretadas”.

Um dos casos apontados por Rui Garrido é o horário definido para a utilização das máquinas debulhadoras que se encontram em plena campanha de recolha de cereais. “Propomos que seja permitida a debulha normal dos cereais, exceto no período compreendido entre as 13h00 e 17h00 horas (período em que as temperaturas são mais elevadas) em situações climáticas extremas em que tenha sido decretado o alerta vermelho para a região”. 

O presidente da FAABA lembra que é normal fazer a debulha de cereais no Alentejo com temperaturas acima dos 30º, “sendo que as zonas ocupadas por esta cultura situam-se em áreas desprovidas de coberto florestal, onde o risco de incêndio é diminuto”.

Um outro caso prende-se com a instalação de sistemas de rega, na sua maior parte para culturas permanentes, “em que se torna necessária a utilização de retroescavadoras para abertura e fecho de valas”, cuja utilização foi igualmente proibida pelo Ministério da Agricultura. “ Estas operações ocorrem geralmente em parcelas já gradadas, preparadas para a plantação e completamente limpas de pastos, onde o risco de incêndio é nulo”, escreve Rui Garrido, segundo o qual o impedimentos destes trabalhos “está a prejudicar não só os agricultores que necessitam de ter os sistemas instalados e prontos para a rega das plantas (na maioria dos casos já encomendadas), mas também as empresas de rega que estão impedidas de trabalhar”.

Na carta aberta, o presidente da FAABA referencia ainda a existência de “determinadas operações de preparação de terreno para culturas anuais ou permanentes”, entre as quais ripagens sem recurso à utilização de alfaias de discos, que, defende, “também poderão ser executadas no período” de menor calor, “mesmo que para isso tenham que ser reforçadas as medidas de segurança contra incêndios”.

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