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Acordo com a IP abre portas a loteamento em Estremoz

Francisco Alvarenga (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

Lotes da Infraestruturas de Portugal na Avenida Rainha Santa Isabel passam para a Câmara de Estremoz permitindo a construção de uma centena de fogos.

Existe um “acordo total” entre a Infraestruturas de Portugal (IP), empresa pública responsável pelo património rodoviário e ferroviário, e o Município de Estremoz no âmbito do qual a autarquia irá “tomar posse de todos os lotes” existentes na Avenida Rainha Santa Isabel, junto à antiga estação ferroviária. A revelação foi feita em recente reunião de Câmara pelo presidente do Município, José Daniel Sádio, segundo o qual serão “construídos e colocados no mercado” cerca de 100 fogos, entre moradias e apartamentos.

Por outro lado, acrescentou, existe também “entendimento” entre a Câmara e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) para que “parte substancial” dos apartamentos a construir seja integrada no Programa de Arrendamento Acessível, que visa promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento a preços compatíveis com os rendimentos das famílias. “Isto nada tem a ver com habitação social”, sublinhou.

De acordo com José Daniel Sádio, trata-se de um “grande projeto que finalmente teve luz verde” e que envolverá um investimento na ordem dos 11 milhões de euros permitindo colocar no mercado da habitação cerca de uma centena de fogos “a preço apelativo”.

Lembrando que este loteamento “nunca se efetivou porque nunca se tinha conseguido chegar a acordo com a IP”, o autarca revelou que 24 lotes serão disponibilizados para a construção de moradias e que as duas antigas cocheiras e espaços contíguos serão concessionados a privados para a instalação de duas unidades de restauração.

“Daí para a frente serão lotes para construção de apartamentos, espaços verdes e estacionamento”, adiantou José Daniel Sádio, lembrando as dificuldades sentidas por muitas famílias no acesso ao mercado habitacional. “É muito complicado os jovens terem capacidade para comprar um imóvel, é um drama que existe, e esta será uma mais-valia. Temos [também] sentido por parte de investidores a vontade de se instalarem [na cidade], mas não há muita oferta para arrendamento ou aquisição de imóveis”, concluiu.

Uma análise a dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela um agravamento do preço da habitação em Estremoz superior a 40% nos últimos três anos. Na verdade, enquanto que no final do primeiro trimestre de 2020 o valor médio do metro quadrado de alojamentos familiares era de 543 euros, no final do primeiro trimestre deste ano “disparou” para 762 euros.

“Trata-se de um valor médio obtido a partir do preço de todos os imóveis transacionados no concelho, o que introduz alguma distorção pois o custo da habitação na cidade de Estremoz, onde há maior pressão por parte da procura, é superior a estes 762 euros, desde logo porque a oferta é reduzida”, comenta um promotor imobiliário.

ELH PODE SER ALARGADA

A Estratégia Local de Habitação (ELH) de Estremoz, que dá resposta “ao problema habitacional de pessoas vulneráveis que estão a viver em condições de insalubridade”, poderá vir a ser alargada. “Identificámos um conjunto de famílias que não estando abrangidas [pela versão inicial da ELH] têm necessidade de uma habitação própria pois as rendas que pagam são demasiado altas face aos respetivos vencimentos”, revelou a vice-presidente da Câmara, Sónia Caldeira, acrescentando que a solução poderá passar pela “contratualização” com o IHRU de um programa de construção a custos controlados.

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