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Acidentes: Estradas do Alentejo estão mais perigosas

Francisco Alvarenga (texto) e Gonçalo Figueiredo (fotografia)

O número de acidentes com vítimas “disparou” no Alentejo. Nos primeiros seis meses do ano foram registados 601 acidentes com mortes ou feridos, o que representa um aumento superior a 7% quando comparado com idêntico período do ano passado.

Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) apontam que o agravamento dos indicadores da sinistralidade no Alentejo acompanha a tendência registada a nível nacional, onde o número de acidentes com vítimas aumentou 9% nos primeiros seis meses do ano.

Mas não é só. Entre janeiro e julho, 26 pessoas perderam a vida nas estradas alentejanas, número ligeiramente inferior ao do ano passado (27), mas houve um crescimento de 9% no número de feridos graves (109), um aumento percentual que corresponde a quase o dobro do registado a nível nacional.

Ainda de acordo com a ANSR, a colisão foi a natureza de acidente mais frequente (53,1%), tendo provocado 36,9% das vítimas mortais e 45,7% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 33,5% do total de acidentes, corresponderam à principal natureza de acidente na origem das vítimas mortais (49,4%).

Prova do agravamento da sinistralidade rodoviária está a situação vivida no passado fim de semana no distrito de Évora, com a GNR a registar um total de 19 acidentes, nove dos quais despistes. O mais grave ocorreu no troço do IP2 próximo de São Manços, quando o despiste de um motociclo provocou a morte a dois rapazes, residentes em Vila de Frades, com 16 e 17 anos. Uma das vítimas ainda foi levada com vida para o Hospital de Évora, onde acabaria por falecer.

A ocorrência mobilizou um total de 12 operacionais dos bombeiros, GNR e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), próximo de um troço onde em 2020 um outro despiste provocou a morte de uma mulher e ferimentos graves numa criança de 10 anos.

Os dados da ANSR relativos ao primeiro semestre deste ano confirmam uma tendência de agravamento da sinistralidade rodoviária verificado em 2022. Nesse ano foram registados 1180 acidentes com vítimas nos distritos de Beja, Évora e Portalegre (um aumento de 11% em relação a 2021), dos quais resultaram a morte de 46 pessoas (mais 12 do que no ano anterior).

Trata-se de um problema ao qual a questão demográfica não é indiferente.

“Como [no Alentejo] existem menos pessoas, o tráfego automóvel é menor. Quanto menos automóveis estão em circulação, em estradas com grandes retas, maior é a velocidade. O Alentejo é uma região de atravessamento, cruzada de norte para sul, e tudo isso contribui para acelerar a velocidade”, explica Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados.

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