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“A Volta ao Alentejo é o maior evento desportivo da região”

Ana Luísa Delgado texto

A Volta ao Alentejo em Bicicleta vai para a estrada de 16 a 20 de março, naquela que será a sua 39.ª edição. Há um ano, o uruguaio Maurício Moreira (da Efapel) vestiu a camisola amarela no contrarrelógio de Castelo de Vide, tornando-se o primeiro sul-americano a ganhar a ‘Alentejana’. Contrarrelógio que este ano voltará a ser disputado – uma etapa muito difícil que poderá, novamente, ser decisiva para encontrar o vencedor.

Com um pelotão formado por mais de 130 ciclistas (de 16 equipadas, seis das quais estrangeiras), as primeiras pedaladas da Volta ao Alentejo deste ano serão dadas no dia 16 de março em Vendas Novas, para a realização da primeira etapa, que irá ligar esta cidade do Alentejo Central a Sines. 

A partida para a segunda etapa será dada em Beja, com a meta instalada em Portel. O terceiro dia de prova ficará marcado pelo regresso da ‘Alentejana’ à cidade de Elvas, onde já não ia desde 2005, com partida simbólica junto ao Aqueduto da Amoreira, rumando depois o pelotão até Ponte de Sor. 

Para sábado, dia 19, está marcado o tal contrarrelógio de uns dificílimos 8,4 quilómetros em Castelo de Vide, com passagem pela Senhora da Penha, num dia que poderá ser decisivo para as contas da classificação geral. Finalmente, a 20 de março, os ciclistas partem de Castelo de Vide rumo à cidade de Évora, que voltará a consagrar o vencedor da prova.

A apresentação da Volta será feita hoje, dia 10, no Centro Cultural de Redondo, mas o diretor da ‘Alentejana’, Joaquim Gomes, em entrevista exclusiva ao Brados do Alentejo, antecipa alguns dos aspetos mais relevantes da edição deste ano.

Qual é a expectativa que tem para esta Volta ao Alentejo?

Considerando que falamos de um evento que está prestes a concluir 40 anos de vida, a expectativa será sempre muito elevada. De qualquer modo, considerando que vamos mais uma vez conseguir colocar no terreno uma Volta ao Alentejo que vai manter as suas quatro sub-regiões no percurso da prova, desde o Baixo Alentejo, o Litoral Alentejano, o Alentejo Central e o Alto Alentejo, julgo que os objetivos estão conseguidos. Agora, o sucesso final da prova depende de muito fatores, porque obviamente estamos a falar de um evento desportivo, da entrega dos ciclistas, da postura tática dos seus diretores desportivos para que a edição deste ano da ‘Alentejana’ saia enriquecida. 

Relativamente ao trajeto, já é conhecido o desenho das etapas…

Portanto, a edição deste ano da prova, a 39ª, vai ter início no próximo dia 16 de março em Vendas Novas e o seu final será no domingo, dia 20 de março, em Évora. Pelo meio, estão envolvidos municípios como Sines, em final de etapa; teremos uma partida de Beja e uma final em Portel. Deixe-me assinalar o regresso, depois de muitos anos de ausência, da ‘Alentejana’ a Elvas, que este ano vai ter uma partida de etapa. No fim de semana, no sábado, teremos um contrarrelógio em Castelo de Vide, uma etapa difícil que obriga os ciclistas a escalar até à Ermida de Nossa Senhora da Penha, na serra de São Paulo, junto à vila de Castelo de Vide. No último dia de prova, não sei se podemos falar em etapa de consagração porque, do ponto de vista classificativo, a corrida ainda está por discutir… portanto, adivinha-se uma luta acesa na ligação de Castelo de Vide até Évora, a cidade que habitualmente recebe o final da Volta ao Alentejo. 

Quanto ao pelotão, estão fechadas as contas?

Teremos a competir, salvo erro, cerca de 130 ciclistas de 19 formações, seis das quais estrangeiras, na sua maioria espanholas mas teremos também uma equipa sul-africana e outra angolana. Quanto às equipas portuguesas, teremos em prova 10 conjuntos profissionais e três de sub-23 anos. Do ponto de vista organizativo, podemos acrescentar também o próprio ‘staff’ das equipas, toda a estrutura de segurança da prova, onde, obviamente, vai estar envolvida ao mais alto nível a GNR e a PSP… Estaremos a falar de uma prova que envolve cerca de 400 pessoas.

Qual o orçamento?

A Volta ao Alentejo tem um orçamento que se tem mantido aproximadamente igual nestes últimos três anos e que ronda os 240 mil euros.

Já há previsões para a festa dos 40 anos de prova?

Importa referir o seguinte: efetivamente a Podium e eu pessoalmente dedicamo-nos à organização da Volta ao Alentejo, mas a ‘Alentejana’ é propriedade da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC). Portanto, tudo o que tenha a ver com o assinalar desta efeméride dos 40 ou da 40ª edição da Volta ao Alentejo terá que ser decidido por eles. Obviamente que a Podium estará altamente interessada em continuar a fazer parte deste “consórcio” constituído depois de a Volta ao Alentejo ter sido cancelada em 2010 e que permitiu dar continuidade à organização e à sua manutenção no calendário nacional de ciclismo. Esta é prova que é efetivamente estrutural para o calendário profissional de ciclismo português e que representa, julgo eu, o maior evento desportivo do Alentejo. 

É uma prova na qual a Podium mantém o interesse?

Bom, antes de mais, foi uma iniciativa pessoal, enquanto apaixonado da Volta ao Alentejo, enquanto ex-ciclista e também como vencedor da Volta ao Alentejo. É verdade que já foi há muitos anos, foi em 1988 que eu ganhei a Volta ao Alentejo ao serviço da equipa algarvia do Louletano/Vale do Lobo. Mas, quando em 2010, a CIMAC, atendendo a circunstâncias que eu desconheço, mas que objetivamente conduziram ao cancelamento da prova, entendi que poderiam existir soluções para que a Volta ao Alentejo não deixasse de ser realizada. E, na altura, acabámos por constituir uma parceria, uma interessante parceria com a CIMAC, que acabou por concessionar à Pódium a organização da Volta ao Alentejo. As coisas têm corrido bem até aqui e acredito que, no futuro, vamos continuar a conseguir reunir meios para que a Volta ao Alentejo tenha uma manutenção mais ou menos tranquila no calendário português de ciclismo profissional.

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