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Desporto: A polícia de Estremoz que é campeã nacional de OCR

Maria João Costa descobriu as provas de OCR em 2019 e tomou-lhe o gosto. Em dezembro passado sagrou-se campeã nacional. Em junho estará a disputar o Campeonato da Europa, em Itália.

Ana Luísa Delgado (texto)

Nota prévia: as provas OCR – acrónimo de Obstacle Course Racing – são duras e exigentes, aliando corrida e obstáculos. Dito de outra forma, através de uma caminhada, ou corrida, o atleta tem de superar vários obstáculos que vão desde o equilíbrio, rastejar ou perícia. Dizem os praticantes é que preciso preparação física, pois claro, mas também agilidade e “poder mental” para superar as provas que poderão ser de distâncias, digamos, custas, entre os cinco e os 20 quilómetros, até à Ultra OCR, com uns belíssimos 57 quilómetros, mais 15 quilómetros que as maratonas corridas pela inesquecível Rosa Mota.

Sendo, portanto, “duras e exigentes”, a provas de OCR são também um desafio para a superação pessoal. Que o diga uma campeã da modalidade, Maria João Costa, polícia na esquadra de Estremoz, a competir no escalão etário dos 55 aos 59 anos. “Os obstáculos estão distribuídos ao longo do percurso e compreendem várias vertentes, sejam obstáculos de suspensão, de carga, perícia ou equilíbrio. Vão-nos surgindo durante o trajeto e temos de os superar para continuar a corrida”, explica a atleta, que recentemente se sagrou campeã nacional de OCR. Mais, sendo atleta federada está também apurada para o Campeonato Europeu de OCR que se vai realizar em Itália, no próximo mês de junho.

“Do meu escalão etário em modo competitivo sou campeã nacional”, orgulha-se a agente principal Maria João Costa. Na verdade é bicampeã, uma vez que em dezembro de 2022 ganhou também o título nacional, depois de uma vitória na prova Fireman OCR Challenge, realizada em Monsanto.

“Nas provas”, conta, “há umas que são mais especiais que outras… digo especiais porque são provas que contam para o apuramento para provas internacionais. Fazem-se muitas corridas de OCR durante o ano, mas só determinadas provas é que dão a classificação para as internacionais permitindo aos atletas representarem Portugal seja em campeonatos europeus, seja nos mundiais”.

É o seu caso. “Aí o nível é outro, são provas mais complicadas, mais exigentes”, conta a atleta, lembrando que a OCR ainda é “recente em Portugal”, ao contrário do que sucede no resto do mundo, onde se realizam “há muitos anos e com um nível de dificuldade superior ao nosso”. Em qualquer dos casos, garante, “os atletas portugueses até têm conseguido obter boas classificações a nível internacional”.

Maria João Costa conta que se começou a dedicar a esta prática desportiva em 2019, ano em que este provas conheceu “um crescimento muito grande”, um pouco por todo o país. Começaram a realizar-se mais provas, estas começaram a ter maior visibilidade e surgiram novos atletas. “Foi o grande ‘boom’ das OCR”. Desde sempre ligada ao desporto, e de forma competitiva, acabou por abraçar esta modalidade. “Fui fazer uma prova, por brincadeira, e gostei. Depois comecei de uma forma lúdica, sem ser em competição, até que entrei para uma equipa, tornei-me atleta federada e comecei a competir”, conta em entrevista ao “Brados do Alentejo”. A equipa é a United Warriors, que apesar de ter sede em Sobral de Monte Agraço conta com 20 atletas de vários pontos do país.

O ambiente competitivo, sublinha, acaba por constituir “um estimulo para a superação pessoal, para tentarmos melhorar os resultados obtidos”. É também isso que a atrai. “Enquanto na parte lúdica uma pessoa não tem a obrigação de ultrapassar um determinado obstáculo, se não o conseguir fazer pode passar à frente, sem penalização, na competitiva temos mesmo de fazer o obstáculo sob pena de sermos desclassificados”.

Componente desportiva à parte, Maria João Costa sublinha ainda as diferenças entre a forma como a prática desportiva é encarada em Portugal e nos outros países: “Para poderem competir no estrangeiro, a representar Portugal, os nossos atletas têm de fazer peditórios junto de empresas, de amigos, e até meter dinheiro do próprio bolso para se deslocarem. Nos outros países não é assim, têm muito mais apoios. Já fui a um Campeonato da Europa e, praticamente, tive de suportar todos os custos”.

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