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Nova produção do Teatro do Mira: “A Família do Antiquário”

Alexandre Barahona, texto

“A Família do Antiquário” é uma peça de teatro escrita por Carlo Goldoni, cuja encenação de Gonçalo Guerreiro vai estar em palco até finais de agosto, em diversas localidades do sudoeste alentejano.

Nascido em Veneza em 1707, Carlo Goldoni vem a falecer em Paris em 1793. Na realidade, Goldoni não era italiano, pois a sua pátria era a Sereníssima República de Veneza, um estado independente desde o século IX e que assim permaneceu, até uns cinco anos depois da sua morte. Contudo, este brilhante escritor ficará para a história como um “dos pais” do teatro de comédia italiana, mais conhecida como a Commedia dell`Arte. 

Estreada durante o Carnaval de Veneza em 1750 e publicada dois anos depois, esta comédia conta a história de um antiquário com problemas financeiros, que pretende casar a sua filha, num casamento de puro interesse. E relata também todas as peripécias que daqui advém.  

A produtora da peça, Paula Coelho, revela que o grupo do Teatro do Mira “desenvolve um árduo trabalho para a literacia teatral, através dos clássicos”. E que apesar da população na região ser muito dispersa e relativamente escassa, têm tido excelentes resultados. 

O Teatro do Mira está ligado ao Grupo de Teatro Amador “Os Piscos”, e defendem ser um teatro culturalmente assente num lugar, neste caso no Sudoeste Alentejano, ao longo do vale do Mira. “Somos um projeto de descentralização, de natureza artística e teatral revisitando os clássicos”. Em fevereiro estrearam “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare. O objetivo, afirmam, é “olhar o futuro apresentando autores contemporâneos, assente na experimentação e pesquisa teatral”. A companhia tem o apoio da Direção-Geral das Artes e do Município de Odemira.

“O princípio deste projeto tem 18 anos, e desenvolveu-se com Rui Pisco, profissionalizando-se há 13”. Além do mais é extensível a “um trabalho intenso com a comunidade e grupos de teatro amador das proximidades”, recorda Paula Coelho. Convidam frequentemente um encenador, para trazer pontos de vista artísticos diferentes, melhorando a oferta e acrescentando ao trabalho de todo o grupo.  “Hoje foi o Gonçalo Guerreiro com notável teatro físico”. 

Gonçalo Guerreiro é um encenador português que vive na Galiza, onde dirige o grupo teatral “Elefante Elegante”. Mostra-se encantado pelo desafio de vir até ao sul encenar esta peça clássica, a que emprestou uma abordagem contemporânea, para ser um espetáculo popular, ou seja, direcionada aos dias de hoje. “O objetivo é que esta história nos fale da nossa atualidade”, diz o encenador.  “Devemos reconhecer-nos na realidade humana e contemporânea. O espírito da Commedia dell Arte está sempre aqui presente, com os arquétipos de cada personagem, mas isso traduz-se na sua subtilidade”. 

Trata-se de uma excelente oportunidade para ver este espetáculo de teatro, cujo elenco conta com Helena Macedo, Rui Pisco, Paula Cunha Rosa, Marco Quintino, Andreia Coelho e Leonel Parreira. Sendo estreado na Escola Básica de Vila Nova de Milfontes, dias 10 a 12 de agosto, pelas 22:00 horas. Depois no domingo, dia 13, estará no Espaço Polivalente de Almograve e a 14, segunda-feira, no Jardim do Mercado, em São Luís pelas 21:45.

Na quinta-feira, 17 de agosto a produção estará em público no Largo da Igreja, no Cavaleiro, e na sexta-feira seguinte será a vez da sede da Associação Cultural de Desenvolvimento Económico e Social do Brejão receber o espetáculo também às 22h00.

“A Família do Antiquário”, de Carlo Goldoni, subirá ainda ao palco do Centro Social da Aldeia das Amoreiras e na Associação Cultural Recreativa e Desportiva Zambujeirense no próximo dia 23.

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