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Sónia Ramos (opinião): “A Educação a andar para trás”

Sónia Ramos, deputada eleita pelo PSD | Opinião

Terminou mais um ano letivo. Crispado, com greves, com os professores desanimados, sem obtenção das suas reivindicações e de casa às costas. Na generalidade, António Costa mantém uma classe refém, sem futuro e sem substitutos! Os alunos, os seus projetos de vida e aspirações e, por conseguinte, o futuro de Portugal, estão totalmente comprometidos.

Concluímos o ano em guerrilha com a comunidade escolar, com cerca de 20 mil alunos sem professores a pelo menos uma disciplina e sem garantias de atratividade de uma carreira que deveria ser nobre.

Provas de aferição comprometidas face a inúmeros problemas logísticos, materiais, de conetividade desigual ao longo das várias zonas do país, com a Associação Nacional de Professores de Informática a afirmar que apenas um em cada quatro alunos conseguiu terminar a prova dentro do tempo estimado devido a problemas técnicos, e o ministro da Educação a desmentir…

Os resultados do “Progressin International Reading Literacy Study-2021” (PIRLS), recentemente divulgados, evidenciam uma queda na capacidade de leitura das crianças do 4.º ano, que já se desenhava desde 2016 e confirmou-se em 2021, colocando Portugal em 22.o lugar num conjunto de 43 países. Estes resultados colocam os alunos portugueses 21 pontos abaixo dos alcançados em 2011 e oito pontos abaixo dos de 2016.

O que vai ficando à vista de todos, perante vários estudos internacionais, é que com a teimosia e o experimentalismo levado a cabo pela tutela com o carimbo da geringonça, em 2015, os alunos portugueses estão a andar para trás, quando comparados internacionalmente.

Terminamos o ano com 451 escolas por requalificar, no âmbito do acordo estabelecido entre a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e o Governo, que face ao tempo decorrido e à sua inércia não parece dar grande prioridade às condições materiais para uma aprendizagem de sucesso.

E, sabemos, agora, o Governo também não paga às autarquias os valores referentes às refeições e a transportes escolares.

Os “significativos atrasos” verificam-se nos reembolsos das despesas que os municípios assumiram na sequência da descentralização de competências na área da educação, em incumprimento do acordo celebrado entre o Governo e a ANMP, explicaram, em comunicado, os autarcas social-democratas. “A situação é insustentável, verificando-se a existência de municípios que não suportam estes continuados atrasos, conduzindo-os à rutura de tesouraria e condicionando o exercício de outras atividades municipais”, refere o comunicado.

Ora, tal situação não surpreende. António Costa quis sempre, deliberadamente, livrar-se de um problema, também financeiro, e sacudi-lo para as autarquias. Está aí o resultado! O futuro não é risonho e não augura nada de bom.

Iniciaremos um novo ano letivo com os mesmos problemas, agravados pelo decurso do tempo. Perdem os aluno, perde o país, perdemos todos.

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